......Conversando
com alguns de meus alunos antes de uma aula pergunto para eles: “o que é
política?” e eles prontamente me respondem: “roubalheira!”. A resposta mais
elaborada não passou de: “uma maneira de organizar os direitos e deveres de uma
sociedade, a aplicação de recursos... que no fundo desemboca em roubalheira”. E
sempre aparece um e pergunta: “e para você professor? O que é?” e eu
penso...penso...penso... e respondo: “acho que é o que estamos fazendo aqui...”.
E alguém diz: “ah...” sem entender nada e se manda.
......Em
primeiro lugar, o que acho engraçado é que “nesta altura do campeonato”, perto
ou já disputando “as semifinais” os alunos esperam respostas dos professores.
Como sei que é o que foram “adestrados fazer”- na maioria dos casos-, nunca
respondo. Apenas problematizo o que me perguntam, poucas vezes esperando que
continuem com uma questão lhes irritando o cérebro. Qualquer “ranhento” é capaz
de ler meia dúzia de livros e sair por aí vomitando receitas de “bolos ideais”.
Para o filósofo Heidegger, pensar é agradecer! Quanto a mim, pensar é
testemunhar a entrada em vias de fato da existência. René Descartes (vocalista
da banda “modernidade cartesiana”, hahahaha) acreditava que pensar era a prova
da existência, os psicanalistas discutiram os pormenores dessa frase e chegaram
a constatar que onde se pensa não se testemunha a existência (pois não existe o
puro pensar... se pensa sobre algo) – banana para eles! Eu sei que agora algum
sociólogo ou historiador diria: mas que sujeitinho filho da mãe esse r.A., é
capaz de fazer um reboliço desses por uma coisa tão simples... Retruco: Pois é “mermão”,
prefiro isso à velha vomitada de leitor erudito! O que me leva a crer que a
maioria dos fieis da “igreja universal das ciências humanas e suas tecnologias”,
munidos de suas bíblias embaixo do sovaco me tem por herege de suas doutrinas!
E é verdade! Podescrer! A prova disso é que quando escrevo um texto lá vem a
inquisição pedindo que eu penetre o seu furo (de bola). Mas quanto a isso, já é
previsível!
......Em
segundo lugar, se é para avaliar um distinto contexto que se configura em
político (ou bio-político, que prefiro discutir...), o contexto atual, para
mim, já começa com uma brincadeira de mal gosto. Democracia é uma brincadeira
de mau gosto, uma piadinha mal contada. Não existe poder do povo na maneira
como as forças sociais atualmente estão (des) organizadas – diria que raras
vezes há. Há um jogo de forças para decidir onde não temos o necessário para “incidir”
e para “criar compromissos”. Isso pensando em uma estrutura macrossocial. O que
temos em mãos é capacidades de incidir em espaços micros sociais. Por isso é
preciso saber bem de onde se fala! É fácil ter uma noção dos poderes em jogo em
uma “polis” pequena, mas estou falando precisamente de São Paulo (do estado,
não do santo e nem do time). E francamente, não existe esse “Jesus” de mãos
dadas que liga esses espaços onde muitos teóricos juram haver. Explico:
Perdemos de vista a relação macrossocial para o micro social. E o “Jesus” está
na perspectiva de causa e efeito. Dizer que o Kaos (essa vai para o Peter L.W.)
permite que um acontecimento de um lado do mundo interfira em outro (no campo
micro social) é tudo, menos Kaos (é mais uma relação causa-efeito, mas não
kaos). O Kaos nunca morreu, e as camisetas do Chê continuam em promoção no shopping
Tatuapé – aproveite! Mas espera só.
......
As decisões no senado são tomadas ou nos corredores ou na hora do cafezinho. De
resto, o ritual todo é só celebração! Mas você pode se manifestar, mas não se
esqueça que a visibilidade é uma armadilha no Panóptico de Bentham. É isso ou
me enforcarão na janela do quarto e dirão que foi suicídio. “Paus e pedras
podem esmagar os meus ossos, mas palavras...” amém.
r.A.-
Filósofo
ps.
Para o grande amigo Vilson Cabral, com tristeza e saudade, sobretudo Amor e
carinho. Descanse amigo...
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