Eu sou no poema que escapa das algemas em pleno tribunal
Salto pela janela deslizando nos gritos de protesto do juiz
E grudo no céu da boca
E me esparramo na calçada
Me embalo no ronco de fome
Na barriga do mendigo
No penúltimo gole de vinho
Na ponta da chave da porta do motel.
Quando me quiserem será sempre muito tarde
Se for não, eu estreito os olhos
Evito com sucesso todas as mamães
No entanto, mostro os dentes para os cães
Venha me visitar de vez em quanto...
Mas não fique demais
Sou feito de ganchos
E pulo de cabeça no abismo
Eu sou no escape, no sorriso de fingimento sincero.
Canto sem esperanças na fronteira
Uma letra mal impressa na bula do seu remédio
Violento âncoras em madrugadas de domingo, por diversão
r.A.
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