.....Se tem uma coisa que me torra a paciência é gente que enche a boca para falar o tempo todo “é que estamos em um sistema capitalista” e mais blábláblá! Não que não saiba sobre o capitalismo – aliás, sei até mais do que gostaria e o muito mais do que o suficiente. Recordo-me da proposição de Comte em que o capitalismo seria a nova religião, e concordo com Walter Benjamin em que o capitalismo é “um dia de festa e trabalho” (e por isso o tédio). Da mesma maneira que comparadas todas as religiões em seus pormenores constatamos que nas suas últimas instâncias são contraditórias – se não, a negação umas das outras -, as diferentes culturas, comparadas até o seu limite arrebentam umas com as outras. E daí? E daí que há essa substituição de fanatismos! Os críticos do capitalismo, muitas vezes (consciente ou inconscientemente), terminam por agir como os ateus que falam mais de Deus do que os cristãos, assim reforçando e divulgando aquilo que combatem. Recordo-me de certa vez discutir com um fanático e dizer-lhe: “bicho, tu ta cuspindo na própria cara, se liga” e ele ficar tão nervoso ao ponto de declarar uma guerra e uma cruzada contra mim (com toda sua laia medíocre - na verdade sua namorada gorda, sua chefe gorda e seus dois cachorrinhos). Não tem jeito!, toda vez que nos botamos com fanáticos não podemos nem se quer diminuir seus adversários. Já que eles estão simplesmente apaixonados por quem combatem! É a síndrome do inimigo apaixonado. Ele acaba por descobrir a singularidade e com isso, passa a admirar o que combate. Passa a amar, a desejar, a gozar com o inimigo. É por essas e outras que quando alguém fala com muita convicção sobre capitalismo, alienação e mídia não-democrática, olho com o canto do olho, uma vez que não me agrada muito gente que se masturba em público. Platão acertou em cheio quando, ao invés de xingar Diógenes, deu-lhe um tabefe no pé do ouvido!
É bem menos, gente. É bem menos!
r.A.
É bem menos, gente. É bem menos!
r.A.
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