......O
dia de pagar o aluguel é um tutorial para o inferno! É ali que você ensaia para
o que te espera depois da morte se você foi um sujeito filho-da-puta durante a
vida. Se o fracasso nos torna mais humanos, pagar o aluguel te transforma em um
verme rastejando no sol do meio dia em um asfalto cheio de sal. Se os
terroristas fossem bons no que fazem, obrigariam seus prisioneiros a pagar o
aluguel por uma semana... tenha certeza, meu amigo, ninguém volta o mesmo
depois de uma fila no banco! Já ouvi boatos de que Jason – aquele dos filmes de
sexta-feira 13 – era um bom garoto até que entrou no Itaú e se dirigiu ao
caixa. Depois disso, bem, você já sabe. Um dia o mundo será dominado pelas
pessoas que aparecem no comercial do Itaú ou do Santander, rapaz..., você vai
se arrepender de ter saído de dentro da tua mãe! Quando pensar no paraíso, vai
pensar na antiga União Soviética!
......Bem,
ali estava eu – do outro lado do viaduto-, Adriano Jr., um cara que adora a
humanidade e as organizações sem fins lucrativos, cãezinhos fofuxos e o cantar
dos rouxinóis. Se o próprio David Thoreau surgisse dizendo que estaria lutando
ao lado das feras na floresta eu teria lhe dado uma bofetada na raiz do ouvido
que até seus leitores sentiriam uma leve tontura. Todos diriam olhando no fundo
dos meus olhos que é vantagem “lutar ao lado dos ursos”. Se você não tem nada
para fazer, imagine minha cara de preocupado! Ali estava eu, chegando no banco
para pagar o aluguel. Uma fila muito semelhante à arca de Noé. Tinha tudo que é
tipo de bicho, um casal de cada espécie, e por último o bonitão aqui. Com o
coração pulsante de tanta alegria por saber que iria ficar três horas na fila.
Meus olhos começavam a ficar vermelhos e o suor começava a escorrer do meu
rosto escuro. Eu tentava pensar em Dalai lama, sorrindo e com uma áurea de paz
em torno de si. Mas na minha mente só vinha Jason com um facão perseguindo
atendentes de caixas em uma floresta escura e chuvosa.
......Todos
que estavam na minha frente tinham pelo menos umas sete contas para pagar.
Enquanto esperavam, olhavam para as contas como se aquele olhar furioso faria a
conta se pagar por si mesma ou baixar o preço. Haviam seis caixas, mas apenas
duas atendentes. As duas tinham um olhar de peixe morto. A da direita, lá pelos
quarenta, com um bigode loiro, cabelos lisos e vermelhos, óculos de vovozinha,
umas rugas começando a surgir ao lado dos olhos. Quando não bufava – próximo – gesticulava
os lábios como se xingasse. A da esquerda, loira, um pouco mais nova, porém mais
acabada, se confundia com os números e sorria nervosamente quando a ruiva movia
os lábios em xingamentos – sempre na sua direção. Pude ler nos lábios: “vaca”,
“anta”, “mula” e “retardada”. Um guardinha gordinho vinha rebolando de nove em
nove minutos para dizer: “pessoal, alinha a fila por gentileza – obrigado”.
Alinhar a fila fazia com que todos ficassem uns por cima dos outros, aumentando
o calor que já estava bastante insuportável. Meus pés foram se virando em
direção da porta e uma voz na minha cabeça dizia “volte amanhã, porra!”. Mas
não me obedeci.
......Algumas
horas depois, depois que repensei toda minha existência – do útero da mamãe até
uma semana no futuro – haviam apenas três pessoas na minha frente na fila. Foi
aí que o ditado “tudo pode ficar pior” começou a botar suas asinhas de fora.
Primeiro, um senhor de cabelos brancos e com uma bengala, veio se arrastando e
passou na frente dos outros na fila. Tudo bem! – pensei – imagine que é uma
questão de respeito e depois, você também entrará no banco se arrastando com
uma bengalinha - um dia . O senhor de cabelos brancos e uma boininha na cabeça
olhou para a longa fila e deu uma risadinha. Fiquei matutando sobre aquilo...
ele deve ter pensado: “lembro de minha juventude, quando eu era forte e sadio como
aquele cara gordo e de olhos vermelhos ali... perdi metade de minha vida na
fila. Pelo menos hoje não preciso mais enfrentar fila” – dai ele deu a
risadinha; OU ele pensou: “olha esse bando de idiotas, esses babacas, esses
ridículos, todos aí, nessa fila de merda que nem um bando de merda, e eu
passando na frente” – daí ele deu a risadinha. O cristianismo disse para mim
que se tratava da primeira hipótese, o ódio cego alojado em algum lugar escuro
do meu crânio disse que se tratava da segunda. A atendente da esquerda se
atrapalhou com as contas do senhorzinho, a atendente da direita fez com os
lábios “mú-mi-a”.
......Agora
só tinha dois na minha frente na fila. Mas como eu disse antes, poderia piorar.
E piorou. Apareceram mais três idosos. Duas senhoras e um senhor. O senhor era
o mesmo de antes! “esqueci de pagar uma continha” – disse ele para as outras
senhoras (não vou descrever as senhoras, imagine sua vó e tá tudo bem). Depois
que o senhorzinho e as suas duas avós pagaram suas contas ou seja lá o que
queriam fazer no caixa, foi a vez do outro cara na minha frente e com isso já
chegava minha vez. Ocorreu que as duas atendentes começaram a brigar. Quando
uma bufou e gesticulou “puta velha” a outra disse:_ isso é demais para mim! E
acertou a colega com o teclado do computador na testa. As duas desapareceram
atrás do balcão e só se ouvia sons de tapas. Aquilo durou dez minutos – quer
dizer que o guardinha gordinho já tinha passado para alinhar a fila outra vez,
impedindo que os curiosos espiassem por cima do caixa para ver quem é que
estava levando a melhor -, ninguém apartou, as duas surgiram descabeladas e
retomaram seus postos. Nesse meio tempo apareceram mais três senhoras e
adivinhe quem mais... Exatamente! - o senhorzinho novamente.
_O
senhor esqueceu de pagar mais alguma coisa? – perguntou alguém na fila, não
consegui ver quem era – o sujeito se escondeu assim que perguntou. O
senhorzinho respondeu:_não! Voltei só para ver se vocês estavam se comportando direitinho
na fila!
......Quando
chegou minha vez, paguei meu maldito aluguel, parabenizei as duas atendentes
pelo profissionalismo e recomendei que se escrevessem no UFC – São Paulo. Uma
delas me segredou que já estava treinando boxe olímpico.
......Mais
tarde, no mesmo dia, eu estava sentado em uma sala de espera. Consultório de um
neurologista. Em partes por causa de traumas relacionados a filas de bancos e
salas de espera. Mas a verdade era que estava precisando que alguém me
receitasse algum remédio para dormir. Eu tinha preguiça, muita aliás. Mas não
dormia. Quem sofre de insônia procura evitar o sol de tudo quanto é maneira,
mas por mais contraditório que seja, desenvolve uma mania idiota de ficar
olhando pela janela. Eu sou um desses. Fico olhando pela janela. Passo horas
olhando pela janela – mesmo que não tenha nada do lado de fora. Quando estou
olhando pela janela, gosto de observar cachorros, crianças brincando, ruivas
magrelas ou loiras gordinhas, vendedores de bíblia torrando no sol e bares
abrindo. Na verdade, acho que olho pela janela esperando o bar abrir mesmo. De
qualquer forma, já fazia algum tempo que eu estava sentado na sala de espera
folhando revistas. Não consigo pensar em outra utilidade para revistas além de
contribuir para o seu tédio em salas de espera! Até tinha uma revista de literatura
séria com uma entrevista com Marta Medeiros – uma GRANDE literata! Para quem
não sabe – inclusive eu, alguns minutos entediantes atrás – a tal da Medeiros
escreve sobre... não sei, quase peguei no sono e por isso cogitei a
possibilidade de roubar a entrevista com a tal escritora ou passar numa
livraria e comprar um livro dela, caso a insônia persistisse. Quando estava
sentindo que finalmente minha alma abandonaria meu corpo em uma morte por tédio
na sala de espera ao lado de Marta Medeiros, o neurologista sentiu de me
atender.
_Adriano
Maranello Jr. É isso? – Disse um cara sorridente e bem vestido para mim. Eu
acenei com a cabeça positivamente e entrei na salinha do consultório carregando
minha alma que quase se desprendera do corpo.
......Na
salinha bem decorada com um sofá bem confortável – onde desabei antes que
pedissem para mim sentar – havia uma porção de certificados pendurados, uma
estátua africana num canto perto da janela, uma estante cheia de livros – que
eu sei que o sujeito não leu – e uma réplica de uma pintura do Salvador Dalí na
parede de frente para a janela. Depois de me perguntar novamente se eu era
Adriano e tudo mais, o cara começou a me perguntar uma série de coisas malucas
sem olhar nos meus olhos. Notei que o neurologista estava ficando careca e
puxava o cabelo para o lado na esperança de que o couro cabeludo absorvesse
alguns fios de cabelo – assim como se faz com a grama – e preenchesse o lugar
que não havia cabelo. Ele era pálido, tinha mãos curiosamente peludas e usava
uma camiseta branca amarrotada – tão amarrotada quanto a minha, que no caso era
cinza. Havia uma mancha de sorvete próxima ao bolso da frente da camisa. Pelo
menos parecia sorvete...
_então
o senhor é Adriano? – perguntou pela terceira vez.
_sim...-
respondi um pouco irritado.
_A-DRI-A-NO,
então? Não é?
_é...
_Interessante...-
sussurrou o neurologista. Ainda disse pensativo mais uma vez: “Adriano
Maranello... Adri-ano. Ma-ra-nello... hum...”.
......É
claro que aquilo estava começando a me deixar bastante irritado. Neurologistas,
psicólogos, advogados, médicos, dentistas, em algum lugar de suas formações
teriam sido espancados na cabeça? Só podia ser isso. Comecei a coçar o queixo e
fintar o fundo dos olhos do neurologista. Quase podia dizer que via o cérebro dele
dançando no fundo daquele crânio. Talvez tivesse também um arco-íris dentro da
cabeça dele, com guinômos saltando alegremente e cantarolando “Adriano- no-no,
Maranello-lo, Adriano-no-no, Maranello-lo, iupi, viva!”.
Ele
ainda olhava para mim sorrindo. Comecei a pensar que a melhor coisa a ser feita
era sair dali. Mas acabei falando.
_Preciso
dormir. Faz alguns dias que não durmo, sabe?
......Ele
continuou olhando e sorrindo. Pensei que os guinômos deveriam estar chutando as
paredes do crânio dele e por isso alguma coisa havia travado naquele cérebro.
Mas ele acabou balançando a cabeça e dizendo um “entendo”. E prosseguiu:
_Você
notou o cara que saiu do consultório pouco antes do senhor entrar? – me
perguntou.
_Não.
Não costumo prestar muita atenção nas pessoas quando fico entediado. –
Respondi.
_Carinha
engraçado... Atendi ele alguns meses atrás por causa de um problema com
depressão. Até indiquei que ele se consultasse com um psicólogo, para
acompanhar o tratamento, sabe?
......Agora
estava me tratando como um colega de profissão. Mas como não havia outro jeito,
deixei que ele continuasse falando... Em algum lugar deve estar escrito que é
anti-ético falar dos pacientes com outros pacientes, mas até que o papo estava
ficando engraçado. Deixei que continuasse.
_Aí
perguntei para ele se a depressão havia passado... com o tratamento, sabe? E
ele disse que depois que foi no psicólogo descobriu que tinha outro problema.
Que não sentia mais tesão pela sua esposa...
_Sei...-
Resmunguei. Agora era minha vez de me fazer de profissional. Ele continuou:
_Falei
para ele que não tinha remédios para esse tipo de coisa, que comprasse viagara
na farmácia, sabe? E ele disse que não era bem isso. Que estava desconfiando
que havia virado gay.
_Sério?
– falei.- Puxa vida, e que tal eram os sintomas? – perguntei.
_...bem...
complicado. Ele disse que primeiro começou a se sentir alegre na companhia de
outros homens, colegas do trabalho e essas coisas. Depois começou a sentir
vontade de beijar um colega do trabalho... até se abriu para o colega, que
confessou que na verdade já estava em um outro relacionamento com um outro
colega de trabalho. O colega de trabalho que me refiro é striper de boate gay.
_Isso
quer dizer que o seu paciente é striper de boate gay? – Perguntei.
_não...
ele é garçom. E sindicalista também.
_Certo...-
resmunguei.
_também
me falou que estava gostando muito de ouvir Kenny G., Cold Play...
_É.
Cold Play deixa o cara viado mesmo... – concordei.
_Mas
o meu paciente gosta muito de sua mulher, sabe? Ele a ama, na verdade. Não quer
perdê-la. Mas nesse caso tão complicado me parece que não há muito o que
fazer...
_Mas
o problema dele é o tesão?- Perguntei.
_Sim,
o problema dele é só o tesão mesmo. No resto, ele e sua mulher se entendem mais
do que nunca! Ele lava a roupa, lava a louça, limpa a casa e tudo mais. Só na
hora do sexo mesmo que a coisa desanda...- falou o neurologista um pouco
indignado.
_bem...
que tal sugerir para ele conversar sobre possibilidade dela se vestir de Fred
Mercury? Sei lá... tipo, cortar o cabelo dela bem curto, colar um bigodão
postiço nela... – falei.
_É
UMA BOA! – Gritou o neurologista e bateu com a mão direita espalmada em cima da
mesa. – se o senhor não se incomoda, vou ligar para ele e fazer essa sugestão agora
mesmo! Eu poderia anotar aqui para não esquecer, mas receio que meu paciente
ficaria mais contente se eu informasse ele dessa possibilidade agora mesmo.
_Tudo
bem. Pode ligar para ele... eu espero. – respondi.
......O
neurologista catou o celular de dentro de uma gaveta em sua mesa. Sorridente e
fazendo sinal de positivo para mim saiu da sala. Antes ainda disse “é só um
minutinho”. Quanto a mim, fiquei olhando a cópia da tela do Salvador Dalí.
Fiquei meditando por um tempo sobre como as coisas mais estranhas, esquisitas,
acontecem comigo... Deve ser por isso que sou escritor, pensei. De outra
maneira não conseguiria dar conta da loucura cotidiana. Enquanto pensava com
meus botões, ouvi partes da conversa do neurologista – já que as paredes que
separavam seu consultório da sala de espera eram de uma madeira muito fina.
Ouvi algo do tipo: “não amor, quero que depois que você passar pegar as
crianças no colégio, vá até aquela loja de fantasias perto da casa da sua mãe e
compre uma fantasia de Fred Mercury... sim, aquele do Queen. É, o cabelo mais
curto pode funcionar. Isso, vamos tentar uma coisa diferente essa noite... acho
que vai funcionar! Beijo, também te amo. Não esquece que o bigode tem que ser
bem convincente... isso, capaz de enganar até a mim. Isso. Tchau”.
......Depois
disso houve um longo minuto de silêncio. Eu começava a não me sentir muito bem
e estava pensando em levantar e ir embora. Talvez um chá de cidreira me ajudasse...
Mas a porta se abriu. O neurologista entrou sorrindo com o celular na orelha.
Ele olhava para mim e até piscou um olho. Dizia “valeu Pedrão, aquele abraço na
boca!”.
_onde
estávamos?- perguntou o neurologista. – a sim, o senhor estava me perguntando
onde ficava a tal boate...
_Não.
Eu não estava. Eu estava pedindo para o senhor me receitar algum remédio para
dormir. – falei rapidamente, ponderando que realmente estava na hora de ir para
casa. Estava estranho demais até para mim.
_ok!
Farei o seguinte. Vou lhe receitar algo e lhe darei algumas amostras para o
senhor ir experimentando caso esse não dê certo. E farei o seguinte... graças a
sua cooperação, não vou lhe cobrar essa consulta, certo?
_certo
– respondi.- é bem justo!
_justo
como cueca de couro! – ele disse.
_não.
Justo de justiça! – falei um pouco irritado.
......Ele
assinou a receita e tudo mais. Ainda disse “Maranello, não é?”. Não respondi. Saí.
Antes passei por um vaso de flores na recepção e derrubei ele e esparramei
terra por todo lugar.
......Como
havia uma farmácia próxima, parei lá para pegar meu remédio para dormir bem
irritado. Um velhinho me atendeu. Usava um daqueles óculos de lentes para perto
na parte superior e para longe na parte inferior. Usava um jaleco branco e
tinha o cabelo branco parecido com o do Wolverine. Antes de me alcançar o
remédio ficou virando a receita para tudo que é lado – invés de ajustar o
óculos! Se minha alma não abandonar meu corpo antes que eu consiga chegar em
casa, será um milagre! Meu corpo meio que se movia automaticamente. Eu lhe dava
as coordenadas, mas não sentia o corpo reagindo. Senti que por um momento
estava caindo em uma espécie de vazio. Uma escuridão, um nada. Lá no vazio ouvi
uma voz longe que dizia: 56 reais com 50 centavos. Automaticamente removi um
cartão de crédito do meu bolso e alcancei para o senhorzinho.
_CPF
NA NOTA?
......A
palavra nota ficou ecoando eternamente no vazio:
nota-ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-taaaaaaaaaaa? Fiz sinal que não com a cabeça.
Comecei a voltar do vazio e tudo adquiriu cor em torno de mim. Tudo meio
branco... uma imagem em esfumato. Digitei 4-0-5-6-
9-3
numa maquininha. O senhorzinho me entregou um papelzinho amarelo que
imediatamente amassei e meti no bolso. Estava me dirigindo para uma porta de
vidro ao lado de uma balança quando ouvi...
_então
você foi ao neurologista aqui da esquina?
_Fui.
– resmunguei.
_ele
não te falou onde fica a tal da boate? – disse o velhinho com um sorriso safado
na face.
_Disse.
Fica dentro do banco ali do outro lado do viaduto. Rua A. Machado. Você tem que
entrar e procurar um velhinho com uma bengalinha. Você vai se dirigir a ele e
perguntar o que ele está fazendo ali. Ele te dirá que está apenas conferindo a
fila. Aí você vai ter que usar uma senha. A senha é “Gosto bem justo atrás”. Aí
esse velhinho vai te mostrar o caminho.
......Gastei
o resto de minhas energias falando isso. De alguma forma cheguei até o prédio
que chamo de casa. O elevador estava quebrado- o que me forçaria subir
dezesseis lances de escada. Em algum lugar da escada eu coloquei 4 pílulas de
uma cartela na boca e engoli com saliva. Acordei com um corte profundo na testa
e não havia sangue, provavelmente desmaiei entre o sexto ou sétimo andar.
r.A.
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