domingo, 23 de setembro de 2012

A revolução não será Facebookeada!!!





......Quanto tempo ein? Pois é, estive nos últimos dias tão ocupado com tanta coisa que não tive tempo para parar e escrever algo apropriado para o presente blog. É claro que para meus leitores qualquer coisa não basta!  Passamos ao assunto.
......Há algum tempo – anos, eu diria – fui requisitado por alguns “jovens próximos” (chamar de amigos também é um exagero) para falar sobre toda esta “atividade” que vem causando a internet enquanto construção de um novo espaço – na verdade esse papo é velho e já comemora mais de dez anos...- e na época, percebendo que o objetivo era me tencionar a afirmar (e não discutir) algumas ideias que já fazem parte do catálogo de políticas que se querem – e por isso se dizem – revolucionárias, me resignei a concordar ou discordar sorrindo (acenando com a cabeça) e falar unicamente do blog. Não foi surpresa para mim quando vi a minha tal fala publicada em um web programa que recortava (descontextualizando, obviamente) minhas falas e reduziam a apenas um ataque de risos. Acredite, achei que foi melhor assim. Teria ficado chateado se tivesse dito mesmo alguma coisa – o que desconfio que seria cortado também!
......É assim que a gente descobre a impossibilidade de imparcialidade no jornalismo – mas tudo bem, também. Ninguém aqui é tão ingênuo. Em todo lugar tem os ditos “grupinhos” – prefiro chamar de “panelinhas” (é que lembra pulga!)- e provavelmente continuarão sendo grupinhos... Uma prova? Hora, é só nós analisarmos onde estamos. Uns, ainda nas velhas reclamações: eles pintam, retorcem, adornam, mas no fundo é a mesma “querendo se passar por” outra história!  É até engraçado como o velho conceito de luta de classes – marxista- é jogado em qualquer outra discussão, nem que seja sobre a internet (dizia um amigo meu marxista que o próprio Marx não reconheceria o que fizeram do marxismo). Na minha ideia – do jeito que se vem aplicando o conceito-, basta cortar um grupo ao meio e inventar oposições, daí se diz que um lado é mais prejudicado do que outro e eis a dita luta. Daí a gente passa a falar em democracia afim de sanar esse problema que de inicio criamos no plano dos pseudo-conceitos – digamos, para equiparar as forças (Marx não contava com a incorporação das lutas de classe numa democracia capitalista – não podia pensar isso no seu contexto sócio histórico)! Mas como não somos tão ingênuos assim, sabemos que essa equiparação de forças é um ideal utópico postergado ao infinito. Aí se junta isso – fazendo uma salada de coisas completamente singulares afim de acabar com essa singularidade – e joga na “esteira da história” (já que ela tudo “suporta”- será?) e por último (mas não menos importante) acrescenta-se uma pitadinha de “dialética” e a essa confusão e atropelamento de conceitos se sai gritando: MOVIMENTO! E os desavisados acreditam.
......Cá entre nós, leitores, sempre que alguém fala demais em movimento – não sei porque diabos – vejo- os estagnados a um nível inimaginável! Só vejo o movimento da matraca lançando cuspe e a língua fazendo “plac, plac, plac”. É que é simples estar em movimento. Todos estamos, se não já não existiríamos – e não estou reduzindo o movimento a mera determinação orgânica, já estamos bem grandinhos para compreender certos conceitos...-! Mas aqueles que falam demasiadamente em movimento tentam é convencer o outro que ele está parado: “não! Você não está em movimento. Você não possuí uma ideologia política, social, cultural, banal, longitudinal, paranormal, balalau, bacalhau”, etc. Aceitando a ilusão vendida pelos pseudos conceitos, o outro adere ao dito “movimento” e assim, no fundo, não adere a movimento algum, apenas passa para a esteira ideológica dos tagarelas. Bingo! Você acaba de ser enganado! Mas falta um detalhe ainda. Vamos acrescentar: uma vez passando para a esteira ideológica dos que estão “em movimento” – que no fundo isso é uma piada! – esses incentivam os iludidos a defender a ideologia recém adquirida. É que quem adquire a tal ideologia do tal movimento sente-se como parte do “bando” enfeitando a si mesmo quando defende sua posição – daí é um passo para o fanatismo! Se você arriscar dizer para essa gente:_olha, acho que vocês estão equivocados! Rapidamente eles te demonizam, dizem que você é contra tudo de bom e fofinho (risos), dizem que você é medíocre, inimigo da democracia, ressentido e invejoso – é que de ressentimento e inveja essa gente entende muito: eles escovam os dentes na frente do espelho, não escovam?
......Então, foi por isso que quando me chamaram para falar sobre a internet, blogs e essas coisas e me deparei com uma mudança radical do tema para: será que a internet se configura em um novo espaço para revoluções e resistências a um mundo capitalista? (viu como os temas mudam muito rapidamente?) eu apenas sorri e acenei positivamente com a cabeça! E o que mais eu poderia dizer? Me lembrou aquelas aulas forçadas de interpretação de texto. Ex: Napoleão andava com seu cavalo branco. Responda: a) Quem andava no seu cavalo branco? b) Que cor era o cavalo que Napoleão andava? c) Faça uma crítica social aos direitos dos cavalos brancos de poder optar em ser montado por Napoleão ou Bonaparte – direito este construído ao longo da história que deve ser retomado através das lutas do movimento equino. Aproveite para citar a atual crise democrática nos meios midiáticos que implicam o movimento equino .
......Você acha que estou tirando sarro né? Mas eu não estou... Não estou.
...... Veja bem, mas veja bem mesmo, que quando falo desta história de movimentos, de ideologias, de revoluções via internet, em nenhum momento estou me posicionando contra. Aliás, sou plenamente a favor desde que haja uma fundamentação bem precisa e objetiva. Desde que não se saia por aí com discursos inflados que não resistem a uma pequena crítica sem ter de chamar “o que critica” de medíocre- se essa for a melhor resposta, na boa, que vão catar minhoca no asfalto. Não uma brincadeira de adolescentes que não tem o que fazer no domingo.  Certa feita um cara com uma máscara do personagem V for Vendetta me parou na rua e me disse que se eu não aderisse a uma tal marcha, estava compactuando com o sistema capitalista. Quando perguntei sobre seus motivos – mas não os superficiais, queria saber os mais profundos – o tal “V” não tinha o que me responder. Pobre V... se estivesse amarrado a um colete de bombas não saberia porque se explodiu. Ah sim, é pelo movimento. Tá certo... (risos).
......Acredito que seja possível – porque é e foi- pessoas organizarem-se pela internet para protestar (desde que não queiram definir o que são aqueles que não aderem a suas causas, porque isso é canalhice pura! Tipo: quem não concorda com a gente é medíocre – como já vi alguns vergonhosamente fazendo...). Coloco uma questão junto a esse parágrafo: Alguns alunos meus me convidaram para participar de um encontro organizado via internet (um protesto tal...). Perguntei a eles: do que se trata?  Não souberam me responder. Tive de pesquisar e aproveitar minhas aulas para conduzir um debate sobre... Quer dizer, esses movimentos estão em sua maioria deste jeito! Aí aparece – já que estamos em época de campanha política (no sentido partidário) – um candidato e sobe no palanque para prometer mais cultura e educação (é que ele tem um discurso coerente e além do mais é nosso chegado...): Pô, até minha vó que não está concorrendo anda prometendo isso!  E daí estufa o peito e diz:_ e vê se vota, ein? Se não votar você é um medíocre! (HAHAHAHAHAHAHAHAHA). Tá certo piazão, tá certíssimo! Baita proposta. Parabéns, tá? – nem vou continuar essa parte, vou deixar para o próximo texto.
...... Acredito que a internet constituí –hoje- o maior espaço de expressão e relação, mas desconfio muito da tal da comunicação, creio que o objetivo maior deste espaço é a interação – que não implica necessariamente comunicação. Recordo-me agora de uma instalação (no sentido de linguagem artística) que vi em uma bienal de Porto Alegre. Consistia em um computador enorme que nos incentivava a interação. Mas quando você iniciava sua interação, o computador simulava que quebrava – deixando você que nem um bocó mexendo e achando que a culpa foi sua. Dá o que pensar, não dá? Se você esta entusiasmado achando que a revolução não será televisionada, mas será “facebookeada”, cuidado para não dar pane no seu computador e você não conseguir fazer a tal revolução! Então a gente segue interagindo – e se cutucando – no cyber espaço, planejando manifestações e caminhadas de indignações, e eu continuo pensando que a maioria não sabe porcaria nenhuma do que esta fazendo e é alvo fácil para agitadores que no fundo só querem se autopromover. Desconfio sempre dos coletivos – porque acho eles alienados. Tenho certeza que não basta fazer parte de um grupo, movimento ou coletivo – esqueci de mencionar, eu faço parte de um grupo, se chama “humanidade”, um dos maiores, por sinal – se você não for capaz de compreender alguns pormenores de sua participação (e a boa e velha crítica – juízo!). Se não, tanto faz. Também faço parte do grupo dos fumantes – conquistamos mediante muita luta, até a nossa ala em todos os estabelecimentos -, dos tomadores de voodka (não conquistamos muita coisa, temos a voodka e isso nos basta!).
......Por fim, se você está se retorcendo porque não entrei em superconceitos sobre a internet, não falei de empresas e a coisa toda e julga que não falei porque não sei, “Vá com Deus – parã rarãn – o amor ainda está aqui, VÁ-COM-DEUS” (música da Sula Miranda pra você!). E se você não leu o texto até o fim, você é um medíocre –HAHAHAHAHA-, brincadeira, não é não. Não é tão fácil ser um medíocre assim. Tem que estudar muito e fazer muitos projetos, escrever vários artigos, etc.


r.A.- “Fisólofo”

[...]Mas num mundo de débeis mentais, temos de imitá-los. Não sei se me entendem. Mas para viver, para sobreviver, para coexistir com os demais, o sujeito precisa ir ao fundo do quintal e lá enterrar todo o seu íntimo tesouro.
_Nelson Rodrigues.

2 comentários:

Irique disse...

Expressão? Na Internet?... Não sei bem.... Cara, a internet só serve como "canal para expressar minhas revoltas com o preço do mc donalds" pruns poucos diabos que ficam o dia todo assistindo porno... Pro resto (a grande maioria)dos jovens (sendo considerado jovem até aquele cara de 40 anos que mora com a mãe e ta com a camiseta suja de cachorro quente) a internet é só um lugar pro cara finalmente ser "descolado" "cool" e outras coisas que ele não consegue ser em qualquer outro lugar... Aqui é um lugar onde todos são fortes ! e felizes! E outra, o cara quer revolucionar pelo facebook...porra... se tem problema mental?? Primeiro posta foto todo paquitinho, sem camiseta na frente do espelho, e depois me vem com frases do bob marley, Marx, Hegel, Nietszche e tantos outros? Vá tomar no cú, bando de moleque - senhor de idade falando.. mais respeito. E pros agitadores de merda... eu prefiro realmente me agitar numa rave... Lá pelo menos eu arranjo LSD, com LSD a ilusão parece real, mas depois de 12h passa :D

r.A. disse...

...isso que você não conheceu um cara que eu conheci que colocou uma foto vestido de Jackie Chan! Aí tu ia ver a força do movimento !

(camisa suja de cachorro quente e cueca atolada no rego, olhando pra mãe de longe e pensando em pedir cinco pila)

É o futuro! hahahaha