domingo, 26 de dezembro de 2010

A situação do Rock em Chapecó (Parte II)


(Obra de Goya)
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1-“Eis a grande diferença entre mera contestação e arte de contestação. Não é qualquer panfleto de protesto, qualquer bandeira desfraldada, que vai se tornar uma obra de arte – ainda que as motivações sejam válidas em si e baseadas nas melhores razões do mundo. [...] Somente é questão do fazer artístico, de criar formas expressivas. Mas Certamente é preciso ser um grande, grandíssimo artista”.

Fayga Ostrower – A grandeza humana: Cinco séculos, Cinco gênios da arte.

2-“Se eles não o são, se eles não TREMEM diante desse destino terrível que nos abate com o condicionamento estético que reina hoje, se eles não são perturbados, se eles não transformam isso em força como François Bousquet, que faz de sua ferida sua quase causa, isto é, o princípio mesmo de sua poesia, eles não tem mais nada a dizer”.

Bernard Stiegler (Falando sobre os artistas que não se afetam pela condição do público) – Reflexões (não) contemporâneas.

3- “A defesa da vida tornou-se um lugar-comum. Todos a invocam, desde os que se ocupam de manipulação genética até os que empreendem guerras planetárias.”

Peter Pál Pelbart (No prólogo de) Vida Capital: Ensaios de Biopolítica.

4- “A vida não existe, ela tem de ser inventada. É por meio das formas que criamos como imagem ou como palavra que o olhar adquire a luz que lhe permite ver. A experiência produz desequilíbrios, interrogações, dúvidas, surpreendendo a quietude repetitiva do mundo.”

Edson Luiz André de Sousa, Elida Tessler, Abrão Slavutzky (organizadores do livro) : A invenção da vida – Arte e Psicanálise.

5- “o que uma criança de nove anos pode escrever eu não sei... Poderia me surpreender, ou não... O simples fato de eu não saber se me surpreenderia ou não já supera o nosso amigo tocador de LED ZEPPELIN.”

r.A.- o cego- Situação do Rock em Chapecó (Parte I).

6- “Não existem Verdades, apenas interpretações.”

Nietzsche...

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..... Trezentos e sessenta e seis passos separam a sala de onde escrevo de uma lojinha de conveniência em um posto de gasolina. Ir até lá, para mim, tem um significado que gostaria de compartilhar com vocês – e que é bem mais importante do que uma pesquisa ou do que um diploma, neste momento. Se falo em primeira pessoa e de meus sentimentos mais profundos é que dor não respeita cronologias históricas! A dor, que vocês podem sentir dentro de uma sala de aula ou na notícia do falecimento de um ente querido, ou ainda, no pisar em um prego, ignora o decorar de cabo a rabo o que acontecia entre os anos 50 e 60 nos Estados Unidos. Por isso falamos em “situação” e não em “contextualização” e muito menos em saber a cor da cueca do primeiro roqueiro que subiu no palco de Chapecó. Falo do que vejo (e sou cego- hehehe) pelo motivo de que registro “no caderno do meu coração” imagens de dor. Minha manobra consiste em dar socos em mandamentos esculpidos na rocha (ou esmigalho a rocha, ou esmigalho as mãos). Dizer tudo que quero para aqueles que querem me convencer de que não posso dizer. Mesmo os que deitam na sombra de uma erudição que se convencem possuir, terão que vir aqui, para meu deserto vermelho – fora do abrigo da impessoalidade- conhecer a areia que torra os pés descalços. Que gritem e urrem, é um detalhe... Ir até uma lojinha de conveniência em um posto de gasolina, poderia significar apenas que o cigarro acabou. Para mim e meu pensar/sentir, é o começo de outro texto: da tarefa de apresentar para os leitores do blog como arranco da dor uma manobra.
..... Comecei o presente texto com algumas citações de diferentes autores que provém de diferentes tradições de pensamento (e de contextos distintos- mas o importante é a situação). Porém, não faço isso para exibir erudição (não há nada de especial em fazer isso, basta ler alguns livros) e nem faço isso para justificar meu pensamento. Faço isso em “parceria” de pensamento com os citados autores. Creio que andamos juntos em algumas noites chuvosas – embalados no café e nas angústias. Será preciso que vocês estejam a par do exercício que estou realizando neste texto, sendo assim, prestem bastante atenção nisso: Este texto não vai falar necessariamente de ROCK, ele vai falar de ARTE (mas as relações não serão difíceis, pois rock é um gênero musical e música é arte- e não, não vou atropelar tudo isso...)! Vou fazer isso para discutirmos o gênero Rock em um patamar mais elevado do que o simples contextualizar historicamente o Rock e etc... Método este que ignoro pelo motivo de já ter feito desta forma e observado que não se arranca muita coisa do problema fazendo isso. Este movimento que estarei fazendo neste texto será correspondente a terceira parte do tema “Situação do Rock em Chapecó”- isso significa que o texto continua. Aviso que este texto não será fácil de acompanhar (digo isso por saber que esses pensamentos cobraram bastante de mim), mas como dizia Jacqués Lacan (Livro: Televisão) não estou falando com idiotas (consistiria em um “error”)! Por isso, não vejo problema em pensamentos complexos serem apresentados de forma complexa, aliás, meus leitores – apesar de serem poucos- não me decepcionaram até agora (os banais já pularam fora!). Aqui, também se responde alguns comentários feitos ao primeiro texto que pensavam ser só guiado por meros achismos. O mergulho profundo que estamos prestes a fazer, exercício que é próprio de um filósofo, derrubam esta tese do achismo brincando. Dito isso, vamos à luta meus amigos!
.....Em primeiro lugar, deixem-me apresentar esta senhora chamada Fayga Perla Ostrower (1920-2001), Artista plástica que atuou como gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, “TEORICA DA ARTE” – daí o motivo de estar citando-a – e professora. O livro qual eu retirei uma citação (que imagino que aqueles que se ocupam em arte nesta cidade devem conhecer) é organização de sua filha e as falas estão situadas em alguns seminários onde ela (Ostrower) falava de Leonardo Da Vinci, Rembrandt, Goya, Cézanne e Picasso. Estes, não eram, obviamente, guitarristas de rock, mas creio que tinham (e tem) bastante para nos falar de arte, por tanto, para guitarristas – não estou falando só de guitarristas, ok?. Caso não conheçamos todos esses ilustres artistas, imagino que não poderemos dizer que eles eram cegos (ou podemos?). Se vocês já se esqueceram da citação que organizei com o número 1, sugiro que retornem e leiam. Feito isso, seguimos. Ostrower, seguia falando precisamente de Goya (1746-1828), artista espanhol. Para os que conhecem a obra de Goya (caso não conheçam, sugiro pesquisar um pouco – não estou aqui para divulgar pesquisas), temos contestações duras em relação ao seu contexto (caso não conheçam, também sugiro pesquisarem- valerá bastante à pena- algum engraçadinho vai dizer: mas você disse não dar bola para pesquisas e agora está sugerindo que pesquisem? Se for esse o caso, estou dizendo para não ficarem limitados a pesquisas de outros e não aceitarem quem quer que seja que queira socar guela abaixo outras pesquisas de caráter duvidoso!) e é na apresentação de suas contestações, na forma como Goya não se limitou em registrar uma “realidade” e interpretar a mesma, que nos deixou um legado na arte que tem muito a nos ensinar- aí a situação-, o gesto do artista. Temos aqui (na citação), nas palavras de Fayga, o que é a questão na arte: “fazer artístico, criar formas expressivas”. Ainda, Fayga nos diz o seguinte: “é difícil saber de onde lhe veio esta força de espírito, Goya ainda ousa sonhar com uma nova Humanidade. As últimas gravuras representam reflexões e dúvidas angustiadas, mas também meio esperançosas sobre os sentidos de viver” (OSTROWER,2003,p.100). Se já me questionaram: rock é só música? Refaço a questão: A arte de Goya é só telas e gravuras? Como repeti várias vezes no texto anterior, algumas pessoas não conseguem mais ver o óbvio! Vejam que no texto anterior também disse de uma ação inútil – cuspir em si mesmo-, e é mais precisamente nisso que me refiro, não a um sistema (como os marxistas nos viciaram a ler essa palavra) referente à sociedade, mas estão cuspindo em outros músicos invés de “fazer artístico, criar formas expressivas”- mas cuspir em outros músicos não é cuspir em nós mesmos,alguém vai dizer. Se você disser isso, já sentiu o gosto de seu próprio escarro! Na forma como me referi – e vocês vão entender no final deste parágrafo-, talvez seja bem pior do que terem cuspido em si mesmos... Que gosto ou não gosto de determinados gêneros de música, determinadas linguagens na arte, é papo para um bar! Que um gênero está investindo em um fiasco é do que trata o texto! Mas voltemos ao Goya, já pensaram Goya em um concurso para artistas? E se outro artista ficasse na frente dele (por mérito ou por que comprou o júri)? Já pensaram ele fazendo campanha contra este outro artista? Que fiasco! Mas sabem, Goya foi grande, preferiu o “fazer artístico”. Por fim, creio que agora isso fez mais sentido para vocês: “Não é qualquer panfleto de protesto, qualquer bandeira desfraldada, que vai se tornar uma obra de arte”. Nisso, me parece mais fácil compreender os motivos que me levaram a sugerir: Parem de ficar se lamentando, vão fazer música!
..... Bernard Stiegler (filósofo) lembra-me uma fala do guitarrista “The Edge” (U2) no documentário “A todo volume” e vou lhes dizer o motivo. The Edge, em um determinado momento do documentário citado, fala sobre alguns de seus motivos de ter se sentido angustiado com a música. Diz que havia nos músicos de seu contexto arrogância para com os expectadores. Indulgência é como ele chama isso – notem que saí do contexto mais uma vez e fui para a situação... Músicos dando as costas para os expectadores e realizando solos de quinze minutos. É neste sentido que aplico a citação que organizei com o número 2. Revelo que se algum comentário dos tantos que li em relação ao meu primeiro texto conseguisse refutar a citação de Stiegler – e isso não chegaram nem perto de fazer-, este texto perderia uma boa parte de seu sentido. Do contrário, apenas recebi ataques pessoais e respondi como ataques pessoais também. Não acho isso de forma alguma grosseiro, penso ser um avanço que as pessoas saiam de seus casulos e se “atraquem”-, é mais verdadeiro do que tentativas de ser impessoal! ... Como se as questões que trago não são de cunho pessoal... Sinto até mesmo um alivio poder sentir o cheiro de raiva em palavras, me mostra que não estou discutindo com fantasmas. Porém o texto ficou esquecido e por isso retomo o mesmo. Vemos que Stiegler nos fala que se o pretenso artista “não treme”, não transforma sua revolta em relação ao evidente “condicionamento estético” que estamos vendo todos os dias (t.v., jornais, música/arte – nos transformando em rebanhos, definindo nossos gostos: Viva o que é bom! Curta Ivete Sangalo, pois ela tem belas coxas, etc...) em sua “ferida quase causa”, ele, o pretenso artista, “não tem mais nada a dizer”. São palavras fortes e de um veredicto ainda mais forte, mas nesta situação do rock em chapecó, penso ser muito pertinentes. Devemos pontuar com todo cuidado o seguinte: “O condicionamento estético” tem de ser essa “ferida quase causa” a ser combatida na proposição do artista. Não um lamento textual. Minha questão retorna (do primeiro texto): Livramos-nos de um condicionamento estético fazendo covers? Sim, é possível! É possível um músico fazer um cover (ou releitura) e atacar esse condicionamento estético (aquilo pelo qual estamos adestrados a nos afetar – sei que essa frase é complicada, mas não irei debater ela agora), mas tenho toda certeza que essa situação qual vivemos precisa é de mais criação do que tributo! Reivindico mais arte, mais criação do que esses ditos tributos. Pelo motivo da primeira citação que fiz de Fayga: “criar formas expressivas”. Mesmo que neguem – como muitos negaram no primeiro texto- há sim um senso “valorativo” hipócrita de agregar mais valor para esses “pagadores de tributo” em relação aos novos artistas que vem surgindo – E me refiro a esta cidade. Não se façam de bobos pessoal! Deem uma olhada no que está planejado para este fim de semana nos espaços... “Tributo ao...”, “Não sei o que lá cover...”, etc... E por isso, outro ponto que muitos ficaram revoltados ao lerem no meu texto anterior, disse que falta mais educação em arte para este público (e me referi aos artistas – confiram no texto, já que algumas pessoas fizeram recortes grotescos ao texto), pois, colocam tudo no “mesmo saco” (ou seja, os que propõem arte e os que imitam os que já proporam- imitam para ganhar dinheiro, imitam por não terem a coragem de colocar a própria cara a tapa, por se esconderem em uma impessoalidade cretina!) e pesam sem possuir balanças. Sinto informá-los, mas vi isso nitidamente expresso nos lugares que se dizem “espaços para os artistas”. Recordo agora de um poema do Bukowski que diz: “E você esperava mesmo encontrar poesia em uma revista de poesia? Não é tão fácil assim”... Se não me engano é mais ou menos isso que diz no poema. Isto é o que está me parecendo nesta cidade. Quase chego a dizer: Querem ver arte? Não vão às exposições! Velho ditado Punk: Do it yourself! Mas aí temos um pactozinho com jornalecos... Oh sim... Falem bem de mim e eu falo bem de vocês! É quase uma colônia hippie, porém os hippies tentavam se livrar de serem recalcados, já estes, estão cada vez mais recalcados... Podemos ver seus recalques nas páginas! Li uma matéria alguns dias atrás, que jurei que a jornalista entrevistou só de calçinha... Nada contra, até seria divertido um pouco de verdade no jornal. A matéria terminaria assim: “E no final, ele me traçou!”
..... A citação de número 3 é de um filósofo qual tive o prazer de receber uma aula. A grande causa nobre que geralmente passa a borracha em cima de toda esculhambação dos pretensos artistas é de salvar o mundo, defender a vida, amar todos e todos são lindos e amém. Apresentei esta citação de Peter Pál Pelbart não para explicá-la, mas apenas acompanhando minha ideia de (ou eu acompanhando a dele – o que é mais apropriado) tomarem mais cuidado com esses “queridinhos da mamãe”. Todos estão em nome de uma sociedade mais justa, de uma vida mais digna, de um céu mais azul. Porém, vejo isso se desenrolar em um: Eu sou o eleito! O messias! Muito mais do que essa dita “boa ação”. E nesta cidade (prova alguns comentários do texto anterior), se você não disser para esses eleitos que eles são O messias do rock... Eles mandam a tua galera xingar você muito no blog”- Hahahaha-, É como aquele videozinho que colocaram no youtube: Vou xingar muito no twiter! E eles tem coragem de falar dos Emos... Todo moralista esconde uma vontade de fazer aquilo que critica meus amigos! Aprendam isso! – aí está outra relação possível com o texto anterior quando cito como exemplo o que me ocorreu ao testemunhar “nobres” psicólogos que queriam salvar uma cidade de uma enchente (Da Clarice Lispector: Havia um morto na grama e as pessoas discutiam a altura da grama...).
..... A citação de número 4 Edson Luiz André de Sousa, Elida Tessler, Abrão Slavutzky, lhes dão de presente! A próxima vez que alguém quiser colocar em questão se o “gesto do artista” é inferior “aos pagadores de tributo”, lembrem-se desta citação. Fazer arte, para mim, é inventar a vida (inclusive)! Caso ainda quiserem insistir, lembrem-se da “criança de nove anos com o violão trincado”, esta imagem me surpreendeu um dia... Poder ser surpreendido, afetado, hoje, sem condicionamentos estéticos (toca guns, toca AC/dc, toca Black sabbath...), vale mais do que vinte reais no sábado em um bar. Experimentem tentar – já que o contrário, vocês (e eu) já fizeram (fizemos).
..... Para John Cage (Estou citando uma obra chamada aisthesis: Estética, educação e comunidades – da autoria de Maria Beatriz de Medeiros, precisamente na página 33), som e silêncio são a mesma coisa. Ambos são sem intenção, estão na natureza, ou são criados pelo ser humano e seus instrumentos e máquinas. Para que um ruído seja música, é necessário que ele seja designado como tal. [...]A música é totalmente destruída quando utilizada como música ambiente em salas de espera, ou quando as insuportáveis musiquetas, por vezes, grandes músicas, nos fazem perder preciosos e longos minutos, quartos de hora, aguardando atendimento em telefones (Fim da citação – emendo com meu pensamento), e quando a música vira apenas entretenimento para bêbados em bares? (Antes que me chamem de moralista – e sou moralista sim para algumas coisas-, creio que ir em qualquer exposição de arte é para ir ver/ouvir arte e só pode ser “falta de educação” [ e não me refiro a uma educação elitista – embora também ache que falta um pouco disso e nem tudo é coisa de burguês como os marxistas nos viciaram pensar] transformar a música em pano de fundo para encher a cara).Quando há um círculo de amicíssimos que tentam obrigar este cenário a girar em torno deles e os desavisados babam e pensam: É isso mesmo! É assim que é! É com toda certeza que alguém que tenta avisar sobre isso precisa passar por um violento e turbulento mar de gritos de desacato! E tem de ter coragem para desacatar duramente também, pois já basta essas medíocres poses de bons moços (as)! Estamos em meio a uma moralzinha de bebezinhos dengosos. AZAR! Sendo dengoso eu nem se quer teria comprado minha primeira guitarra, escrito meu primeiro artigo em filosofia, gravado minha primeira canção! Sem dengo estou escrevendo, e pretendo continuar escrevendo assim.
..... Por fim, a citação de número 6, fica para mim e para vocês! É nela que me inspiro para escrever. Por tanto, nunca deixem ninguém dizer para vocês qual que é a verdade. Pensem sobre o texto!

r.A.- Ainda sentindo dor pelas coisas que tenho visto e chamam de rock.

PS. Dedico este texto a todas as bandas novas que estão surgindo nesta cidade!

PPS. Um dia vi em algum lugar da internet uma frase de Clarice Lispector que me chamou a atenção: “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca”. Provável que eu não tenha saco para ler um livro dela (já tentei), mas nem por isso desmereço a frase. Sugiro-a aos próximos que comentarem neste texto!

20 comentários:

Leonardo disse...

Está de parabéns! Se alguém acha que você fala tudo sem pensar, está enganado, neste texto você prova o quanto entende do assunto.
E digo mais, aos que se botam a discussão, que venham preparados - a humilhação pode doer mais do que ficar calado-, como já disse r.A "estou dizendo para não ficarem limitados a pesquisas de outros e não aceitarem quem quer que seja que queira socar guela abaixo outras pesquisas de caráter duvidoso!"
Também gostaria de fazer um breve comentário sobre está frase "imitam por não terem a coragem de colocar a própria cara a tapa". Realmente quem faz um cover, não tem opinião própria, apenas é um ser que se diz fazer arte, - pode ser que faça a arte de estraçalhar a arte de alguém, e diz ter esse alguém como ídolo. E não podemos discutir com covers,afinal, serão eles que estarão debatendo? ou será um Jimmy Page? hahaha.

Leonardo disse...

Quero a parte III!

Rodrigo disse...

ok, já li o prelúdio do texto... Agora vou tomar um copo de água, descansar cinco minutos e depois retorno para ler o texto em si.... (e sério... este Blog exige esforço mental(que bom)... Mas como dizia um velho amigo alcoólatra... "antes tarde do que mais tarde").

Rodrigo disse...

Pronto, tomei o copo de agua e continuei a leitura do ponto anterior, e que leitura!
Lembrou-me um pequeno bate-papos que tive neste sabado com o Sr. Alexander de Vargas ao indaga-lo sobre a possibilidade da banda Matahari apresentar-se em certo lugar em Chapecó, cuja proposta prontamente foi respondida com um grande Não, e é claro, seguido de uma justificativa... Tocar em Planalto (incluindo "tributos") é relativamente facil... Tocar em Chapecó, especificamente num bar de adoradores de algumas bandas especificas pode ser um verdadeiro desastre... Quem dirá tocar musicas proprias(que felizmente me agradam, mas eu sou apenas eu)... Concluo que as pessoas são muito exigentes com tributos e pouco flexíveis com novas possibilidades...

"Havia um morto na grama e as pessoas discutiam a altura da grama"...Genial!... hahahha

Alexsander de Vargas...o Ale. disse...

Não e não. Não adianta insitir. Nosso som é só para não especialistas. :)

Suzi disse...

Esperando a Parte III! =D

Ivandro disse...

HEHEHEHE

Unknown disse...

Olá Rodrigo. Quero primeiro parabeniza-lo por colocar a estética em questão. Tenho alguns comentários a fazer, que sei que não serão interpretados como uma crítica pessoal, mas sim como uma contribuição a sua elaboração conceitual.
As duas primeiras citações de seu texto são de escolas de estudo da estética com propostas divergentes. A primeira, claramente tem seu argumento elaborado com base na estética formalista, onde a elaboração e organização do conteúdo da obra qualificam como belo ou não o objeto estético criado. A segunda se ocupa de uma estética subjetivista, onde o conteúdo -e não a forma- é responsável pelo caráter estético do objeto. Não quero me alongar, mas poderiamos falar sobre isso em algum momento. A contradição não é assim tão obvia, mas cria um erro de interpretação que acaba ficando evidente durante a elaboração de seus argumentos posteriores.
Tenho duvidas quanto a sua comparação entre rock exclusivamente como música e a arte de góya apenas como telas e gravuras... há uma confusão entre gênero (no caso musical e pictórico nos dois casos respectivamente) e o suporte da arte. Não tenho como explicar isso aqui, mas novamente insisto que poderiamos conversar. Também tenho algumas dúvidas quanto a sua utilização conceitual dos termos "contexto" e "situação".
Agradeço pela atenção.
Um abraço!
Murilo Cavagnoli

r.A. disse...

Resposta ao comentário de Murilo Cavagnoli. 1

Muito bem. Nos últimos dias estive esperando algum comentário no sentido que fizeste! Obrigado pelo comentário, será de grande valia para desenvolvermos muita coisa, já que, quando escrevemos nos colocamos a prova – e pretendemos colocar outros a prova, imagino que ler um texto sempre nos coloca a prova, tal como escrevê-lo ou comentá-lo. Mais uma vez, grato ao comentário. Para fazê-lo de modo bastante satisfatório, responderei em tópicos (julgo assim mais fácil para uma mente muito confusa como a minha), mas antes um nobre pedido: Não se preocupe em se estender! Comente tudo que achar necessário!

1- Para um filósofo tão implicado com a filosofia – com sua escolha-, e estou falando de mim, tudo se tornou pessoal (Talvez seja uma fase... Talvez tenha sido levado a essa decisão pelo fato de ver muita gente “emporcalhando” a filosofia, mas de qualquer forma, de algum tempo para cá, tenho feito esta escolha para que cada texto tenha a medida de sangue necessária. Estou dizendo que tudo é pessoal, mais uma vez. Não tenho aquele medo resultante do “ataque pessoal” ou “crítica pessoal”, por tanto, pode fazer as críticas que achar pertinente de forma direta.

Segue...

r.A. disse...

Resposta ao comentário de Murilo Cavagnoli. 2


2- Forma-se um primeiro sorriso no meu rosto seu comentário pela maioria de seu comentário ser acertado! Compreendeste que o que estava em jogo neste texto – não sei se fez a leitura do primeiro, mas se fez, este é uma extensão desorganizada (de propósito) do primeiro texto- é justamente uma estética e uma ética. Talvez algumas questões sejam sanadas (ou não...) com o terceiro texto – que no momento tenho pesquisado para realizá-lo. São escolas (como se referiu as citações dos texto) de concepções divergentes? Sim! Este ponto foi notado por você – talvez, não sei em relação aos outros comentários-, foi o único que notou aquilo que é o ponto chave de minhas reflexões: A contradição? Não. A contradição é inevitável, mãe de toda linguagem e língua! Afoba-se os que tem o velho preconceito em relação a filosofia (não é o seu caso, estou me referindo aos choques que o texto quis causar) de pensar que ela é busca de coerência (já foi em outros momentos, mas a filosofia não parou, ela seguiu [pelo seu comentário, sei que me entende neste ponto]). Qual é o procedimento então? Estou testando um procedimento para além da metabase. Metabase é um procedimento discursivo em voga na arte e na filosofia que não permite que aspectos de uma tradição de pensamento sejam atravessados por aspectos de outra tradição de pensamento. Como fiz isso então? Notarás que no texto, passo pelas concepções distintas como se atropelasse as distinções- eu não as ignoro, ao contrário, por saber de suas distinções lanço uma na outra! É claro que estou embasado nisso por uma concepção filosófica/estética (mas isso sim é algo que eu precisaria de no mínimo dez laudas para lhe apresentar... Por isso, creio que nossa conversa não acaba por aqui...). Volto ao procedimento, a intenção de fazer isso é deixar que se atravessem (mais uma vez, passando por cima da metabase) , não evitando o choque, o que podemos coletar? Mais uma vez seu comentário foi fantástico ao notar: Conclusões caducas! Poderíamos dizer assim. Mas o que essas conclusões caducas podem nos dizer? Este é o ponto! A interdição do discurso na contemporaneidade – como diagnosticou Foucault, Türcke, Deleuze, Nietzsche, Cioran, etc...- Se dá especificamente (usarei uma metáfora) “por evitar batidas nas paredes”, neste caso, paredes que conduzem os corredores do discurso. O louco, aquele que não tem coerência em sua fala, tem de ter seu discurso interditado. Tem de ser estudado pelos “não-loucos”. O louco tem seu discurso interditado e apontado no momento de sua loucura – falta de coerência ao atravessar os sentidos e significados. Mas como viemos notando na filosofia contemporânea, tratando-se de Nietzsche (outra metáfora): Somente um louco poderia ter constatado a morte de Deus! Por qual motivo? Por que no conceito absoluto de Deus está a não possibilidade de morrer. Sabe disso! Então Nietzsche, atravessa o discurso filosófico com o discurso poético – por tanto, ele avança em incoerências- e repete o procedimento que notou que fiz no texto. Mais uma vez, repito já que foi o primeiro a fazer esta constatação de meu texto: Estou sim atravessando essas coerências, mas note, não estou jogando “tudo no mesmo saco!” Por aqui, é o máximo que posso lhe dizer.

Afff... Ainda segue...hehehe..

r.A. disse...

Resposta ao comentário de Murilo Cavagnoli.3

Obs. A primeira citação, Fayga, não está somente preocupada com o formalismo belo ou não, como citou... “onde a elaboração e organização do conteúdo da obra qualificam como belo ou não o objeto estético criado”. A segunda está bastante acertada!

Obs2. “A contradição não é assim tão obvia, mas cria um erro de interpretação que acaba ficando evidente durante a elaboração de seus argumentos posteriores”. Creio que a simples constatação da metabase- que explicitei anteriormente- responde sua questão. Gostaria que me desse um voto de confiança neste exercício. Mais uma vez, o que poderíamos observar quando duas concepções distintas se atravessam? Vamos nos dar essa chance de olhar para as migalhas, ok? O contrário já fizemos (Discurso interditado).

3- “Tenho duvidas quanto a sua comparação entre rock exclusivamente como música e a arte de góya apenas como telas e gravuras”... –

Ora, então vou sanar suas dúvidas imediatamente! Citarei o texto:

“As últimas gravuras representam reflexões e dúvidas angustiadas, mas também meio esperançosas sobre os sentidos de viver” (OSTROWER,2003,p.100). Se já me questionaram: rock é só música? Refaço a questão: A arte de Goya é só telas e gravuras?”

Bem. Vemos que por intermédio de Fayga, no contexto de Goya, teríamos uma gigantesca impossibilidade de arrancar ainda uma esperança na humanidade. Mas a situação resultou no contrário: Ainda há esperança. Na filosofia, pelo menos, contextualizamos para retirar a situação. Veja, há uma concepção distinta entre contexto e situação (Sou eu que faço isso Murilo, eu que me permito como filósofo fazer isso). Contexto, onde podemos situar (situar não é situação) determinado fato ou autor. Situação, o que o foi feito a partir disso. Creio responder duas de suas questões nesse momento, mas vamos lá, temos aqui algo bastante complexo. É evidente que por trás das telas e gravuras de Goya, ou por trás das performances de palco e letras de Jim Morrison há todo um contexto, mas o que eles arrancam disso enquanto situação é o ponto nodal da questão! Agora preste atenção: Fayga diz que não é panfletagem de protesto que se torna arte, e o que o Stiegler nos diz? FERIDA QUASE CAUSA. Você entendeu? Quando permiti o embate de concepções distintas, colhi somente as migalhas. Não lhe parece que é rasgada uma cortina onde mesmo sabendo que a mão que impunha a guitarra e a mão que segura o pincel, tento um rastro para trás – podemos chamar de história- rompe com o rastro para entrar em um outro patamar? Isso eu chamei de “gesto” – Giorgio Agamben (que é companheiro na filosofia de Stiegler, porém discordam de um ponto abissal – quero dizer, criam um abismo que os separam- chamou de gesto do artista... Uma mudança aconteceu do primeiro para o segundo texto (comigo), estou ainda pensando se o gesto é sempre um gesto de artista, neste caso.

r.A. disse...

Resposta ao comentário de Murilo Cavagnoli. 4

Sendo assim, acho louvável que me avise que estou fazendo confusão, fico feliz por sua preocupação comigo, mas você terá de admitir que não estou falando do pincel VS a guitarra, estou, mais uma vez, jogando um no outro para ver o que retiro disso. Note agora que algumas vezes devemos nos permitir fazer algumas confusões! Nesta tradição de onde escrevo (filosofia), precisamos dar um jeito de nos perder, apagando com uma esponja as listras nos chão – o que separa-, para nos por a prova: O que podemos retirar disso? Talvez nada! Muitos arriscaram isso e não coletaram nada! Não é um fracasso... É prova de coragem pisar no degrau que esta ocultado pela sombra.

Aqui me retiro Sr. Murilo Cavagnoli. E mais uma fez, foi com alegria que respondi seus comentários. Não sabia que meu texto havia andado por lugares tão distintos (não sei bem que àguas o trouxeram, mas seja bem vindo!). Espero que leia com atenção minha resposta assim como li com todo cuidado seu comentário. Pensarei mais sobre seu comentário, com toda certeza.

Um abraço.
r.A.

ps. Desculpe ter escrito tanto, mas é que não pude me conter até achar que fiz jus ao seu comentário.

r.A. disse...

Resposta aos comentários.
1- Leonardo. Tentarei responder esta questão dos “covers” no terceiro texto com um subtítulo que denominei: “A mentira da demanda do público”. Será uma hipótese, mas apresentarei nem que seja para termos mais uma possibilidade de pensar.

2- Rodrigo. Veja bem. Se de uma cidade como Planalto (Rio Grande do Sul) vocês tem esta impressão da música em Chapecó, serei eu um paranóico da filosofia – como me acusaram-? Perceba que há mais uma “necessidade” que eu esteja errado em meus pensamentos do que uma “vontade” de pensar os meus motivos de escrever da forma como tenho escrito. Continuo pensando cá do meu canto: O que é que está ferindo tanto algumas pessoas para essa necessidade de dizer que estou errado? Aliás, não creio que há sensos valorativos quando deixo evidente que falo mais do que sinto do que de possíveis verdades do contexto. Mas respondendo sua análise no final do seu comentário, pensei na hipótese de que em Planalto, talvez as pessoas estejam menos “viciadas” do que aqui em Chapecó. Pelo menos no ponto que destacas.

3- Aos que responderam o Anônimo (inclusive o outro Anônimo). Respeitem o grito de dor dele... Quando somos picados por uma cobra o primeiro procedimento para nos acalmarmos é dizer que a cobra não era venenosa, que o ferimento não foi nada, que “antes de casar irá sarar”, quanto maior o desespero, maior a justificativa. Notem que ele já imagina que eu nem existo! A um ditado popular que reza o seguinte: O melhor truque do diabo é fingir que não existe. Então amigos, deixem estar! Notem que para ele somos todos falsários – em um contexto onde alguém que nem a cara mostra acredita ser mais verdadeiro, não há muito o que discutir. Ele provavelmente está sofrendo. Quando ele comentar mais uma vez, sugiro a nós que mandemos um abraço para ele – para ver se ele se conforta um pouco.


No mais, abraço a todos – inclusive os anônimos.

r.A.

andre romas disse...

asuahishaiuhsas



um grande abraço ... anônimo

Matte disse...

Cara, vcs (todos) são muito babacas.
Realmente se levam à sério?
Conseguiram, parabéns, construir uma grande edificação de conhecimentos, toda cimentada com a merda (me surpreende) que pode sair de vossas cabeças.

Mimimi, eu sou mais inteligente, mimimi, eu conheço a estética formal-estruturalista-positiva e posso julgar uma obra de arte com agudeza intelectual incoparável, mimimi, teus argumentos são contraditórios, mimimi...

Ficam aí, só exercitando a retórica. Enquanto isso, lá no RJ galera tá fazendo funk e sendo muito mais produtiva do que vocês, "espertinho".

Na boa, façam o seguinte: peguem uma guitarra e vão tocar, rapaziada, pq toda essa palhaçada que tá rolando aqui não serve pra nada. Deusdocéu!, vocês não parecem ter sangue nas veias. Esse agulha nos olhos aí: quer provar alguma coisa pra alguém, cara, pega tua guitarra e destrói no palco, como tu fazia antes de começar com essa putaria. Vai querer convencer quem? Olha só, tudo o que tu conseguiu foi provar que, quando se trata de conceitos e linguagens e putarias afim, ninguém se entende. Galera se entende sendo simples, morou? O papo é o seguinte, isso isso e aquilo, não esse monte de baboseira que tu fica usando pra justificar um discurso que poderia ser mais tranquilo.

Não... o cara, sei lá se por insegurança ou o que, resolveu transformar em uma novela um pensamento que era tão perfeito em 3 ou 4 frases, como rolava na mesa de bar.

E esses comentários aqui? Quem são vocês, pq vocês estão fasendo isso? Parecem uns entediados que acharam alguma emoção na vida, um "bafo", uma fofoca, e não podem perder a peleia. Vão todos se foder... Que que eu to fazendo aqui, irmão, soltando meu veneno pra cima de todo mundo!? Ah, eu não sei, mas eu tenho uma desculpa: "a linguagem é contraditória, mimimimimimi", e quando se trata de linguagem e atitude, então, uuuuuhhh!, nem se fala, então eu posso ficar aqui chingando vocês e agindo da mesma forma, mimmimi...

Tinham tocado no meu nome por aí e eu não tinha nada a ver com a história. Esse aqui eu assino merrrrmo:

Gustavo A. Matte

Obs: o comentário do Murilo merece um prêmio de falsidade... que diplomacia é essa? Coisa de cagalhão.

r.A. disse...

Resposta ao Sr. Arthur Matte.

Matte, se sua mãe ficar sabendo que você usa esse tipo de linguagem com as pessoas, você estará encrencado mocinho (não foi para isso que eles - família- investiram tanto em você)! Se eu fosse um putão, eu iria deixar no ar a possibilidade de processar você!-hahahaha-, mas como eu admiro gente que não fica de frescura e manda se foder na lata, lhe darei um crédito e até mesmo uma resposta.

Admito que caí na armadilha de alguns que comentaram no texto anterior e quis demonstrar que não tirava minhas ideias do vazio - não deveria ter feito isso, deveria ter-los ignorado. Mas se assim o fiz, assim o assumo! Poderiamos nos entender na mesa do bar... Mas não nos entendemos mais e daí o presente texto. Novela? Novela estão fazendo com meus textos que acho demasiadamente simples - e por isso doeu fundo em muitas pessoas.Bem sei que andam o discutindo por aí, só espero que os tenham lido e entendido.
Detonar com a guitarra no palco eu nunca deixarei de fazer, e além, me dou o luxo de uns textos frescos de vez em quando (risos).
Convencer? Não. Não se trata de convencer, se assim o fosse eu ficaria falando de uma ladainha de uma pesquisa - e por isso recuso e continuarei recusando qualquer um que vier me falar de pesquisa na àrea que responde todas as possives questões. Se trata de oferecer alguma coisa para que as pessoas pensem que às coisas são bem fáceis (um instrumento na mão, sinceridade e um pouco de sangue que ferve) Não diplomas! Nem "estrada" e nem outras putarias que se usa para tentar convencer os outros que "tudo é complicado".

E sobre ser um babaca, você acertou em cheio! Mas veja, eu sempre vou preferir ser um babaca do que ser "O cara".

Sobre o funk carioca, imagino que tenha lido que o título do texto é "Situação do Rock em Chapecó" e me parece um pouco diferente de "Situação do Funk no Rio de Janeiro"... (Essa foi só para te sacanear mesmo!).

No mais, estou pensando na possibilidade de ligar para sua mãe e contar que você anda revoltadinho e usando palavras como "vai se foder". Por tanto, se você ficar sem "pundin" depois da janta - já sabe o motivo.

r.A.- Agulha nos olhos.

André Pinheiro disse...

Dá pra comentar ainda? Estou meio atrasado...

Bom, confrontando o desabafo do Matte com a riqueza do texto, e tratando especificamente de um dos tems centrais (Música Própria X Cover), surgem algumas dúvidas existenciais:

1 - Sempre admirei mais o artista com criações próprias, do que aqueles que fazem cover. Mas, levando para o lado prático: e se quero sair e curtir um som (leia-se aqui algo que tenha baixo, bateria e guitarra, solos - quase como o rock), e não existem bandas com músicas próprias nesse dia. Eu faço o quê? Fico em casa? Deixo pra outro dia?

2 - Pessoas ignorantes devem ser chicoteadas até a morte? E as de mau gosto também? E também as fracas de espírito? E os covardes? E o Ronaldinho Gaúcho também? Vai faltar chicote...

3 - E o sentimento, onde entra nisso tudo? O coração disparando, a falta de ar, a adrenalina, o sorriso que vem espontaneamente... O canto do bem-te-vi no meu celular me faz rir, mas é só uma cópia... E agora? Será que eu tenho que analisar tudo, tudo, tudo? Eu já sou meio lesado, tenho o raciocínio lento, bebo pacarái... Daí se eu vou sair tomar um trago, e a galera tá me convidando, e aquela morena linda ali sentada também vai... Se eu for pensar em tudo essas palavra comprida aí... Perco a carona, acaba a festa, a morena já ficou com o vocalista (malditos! sempre me roubam as morenas)... Aí não dá!!!

Abraço grande a todos, e peguem leve aí, que eu tô de férias... E eu tenho gastrite, não posso me incomodar...

Ass: André Pinheiro

(Desculpe se em algum momento pareci irônico, apenas tentei ser simples e direto)

r.A. disse...

Resposta ao comentário de André Pinheiro.

Olá André, muito bom ter-lo por aqui e são questões bastante pertinentes as suas – e sobre o dar tempo de comentar, caríssimo, “nunca é tarde demais quando é sempre tarde demais”! Antes que se “assuste” o comentário do Sr. Arthur é ao mesmo tempo um tira “sarro” de ambas às partes quanto “sério”. Discutimos regados a algumas cervejas o assunto e depois resolvemos dar uma “registrada” em nossos pontos de vista!
Mas eu vou lhe responder todos os pontos, pois o motivo dos textos todos é simplesmente trazer questões como essas que fez!

1- Vou falar do ponto de vista do texto. No terceiro texto escrevi algo denominado “A mentira da demanda do público”, ou seja, você, que admira músicos que possuem autoria, que tem o desejo de ver músicos que possuem esse trabalho autoral, se contenta com um bobalhão se fresquiando e imitando um Jim Morrison ou o Creedance? A questão é o que você quer e o que “eles” lhe oferecem. Para sempre delimitar o que lhe oferecem criam um ciclo que gira em torno do mesmo (até que você se acostume): Hoje Creedance cover, amanhã Iron Cover, Depois de amanhã, AC/DC cover, ou então a banda que toca os clássicos do Rock (que clássicos?) e por aí vai. A lógica é a de um concurso de sósias do Michael Jackson. Você vai “julgar” – Cuidado que esse termo não estou usando no sentido banal- a partir de que critério? O mais parecido? O que canta mais parecido? O que dança mais parecido? (E se o Michael Jackson tivesse sido a vida toda o cover de alguém, teríamos conhecido Michael Jackson?) Etc... Eu, particularmente (mais uma vez) prefiro conversar com o André Pinheiro do que com o André (quase) Pinheiro, ou um André Pinheiro cover. Talvez, amanhã depois apareçam por aí uns André Pinheiro Cover – e aí, na minha vontade de conversar com o André Pinheiro eu penso: bah, antes eu conversar com o cover do que ficar sem ter com quem conversar... Tosco isso, né? Como poderia aceitar que alguém poderia substituir um amigo? Como poderia aceitar que alguém poderia substituir um artista (os de verdade, os que criam e não os que fazem de conta). Mas penso que isso acontece por que ninguém mais quer se por a prova, ninguém quer “ser ele mesmo”, acha que o “outro é sempre melhor” – logicazinha americanizada... Observe, não estou impondo isso, estou colocando uma questão a ser pensada. Inclusive a última citação não acadêmica que postei no texto foi “não existem verdades, apenas interpretações”, sendo assim, não interprete meu texto como uma verdade, mas uma interpretação. Mas ainda assim, seria no mínimo um pouco ridículo eu sair de casa para ficar com uma guria, mas já que só tem homem, bem, vou ficar com homem. Afinal, é o que tem, né? No fundo é tudo gente (som)<=

r.A. disse...

Resposta a André Pinheiro (Parte 2)

2- Sobre o chicote. Foi só uma metaforazinha para dar umas risadas e deixar bem claro que eu não levava mais um determinado “figurão” a sério. Percebi que nada sairia de uma conversa com uma pessoa daquelas (uma piadinha da filosofia: Deus não filosófa, pois já sabe tudo!)! Convenhamos, ela bem que pediu! – depois esse sujeito fez um escarcéu, parecia que realmente eu ia matá-lo (não sou dedetizador)... Bem, mas para esclarecer, da minha parte foi uma brincadeira (nada mais sério do que uma brincadeira) da parte da figura uma novelinha. Mas águas passadas não movem muinhos! Sobre o Ronaldinho Gaúcho... Podemos levar ele a sério? (risos).

3- Claro que não é uma questão de ficar friamente calculando tudo, cairíamos em um dogmatismo (verdade inquestionável), mas não podemos cair do outro lado da mula né meu amigo? (relativismo). Só por que pensar da trabalho devemos ligar o piloto automático e ir indo para onde a onda nos levar? Mas agora você colocou uma morena na jogada, aí dificulta todo meu raciocínio... Fica a dica: Na dúvida, vai na morena! (afinal, a maioria dos caras que escreveram livros não tinham uma morena [e depois que o vídeo game apareceu então... pssss... Nem o Buda seria o Buda se tivesse conhecido o GTA e a Brahma Litro]) Depois, mais descansado e feliz, dá para abrir uma gelada e ler o texto! - E se sobrar energia, ligar para a morena novamente.

No mais, Amigo André, não é para pensar tanto – e nem pouco-, digamos que podemos encontrar um meio termo para a situação. O que não dá mais para engolirmos é nos apresentarem APELAÇÕES por Arte/Música.

Forte Abraço.

r.A.

André Pinheiro disse...

hahahhaha

Voce realmente entendeu o comentário...
Todo mundo aqui tem esse descontentamento sobre as bandas. A questão é que não temos poder de boicote, já que o povo que realmente pensa sobre isso é uma pequena minoria... Entao acabamos baixando a cabeça. Sim, é errado, mas ninguém é perfeito....

Temos que nos reunir para tomar um trago e discutir isso.. hahhahaha

Grande abraço!