segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...Uma mulher que vivia bem!


.....Então eu conheci, neste fim de semana, uma mulher que vivia bem. Seu método, se condensado em um livro – ou um texto em um blogzinho miserável-, venderia mais do que água. Sabemos que toda mulher bebe água, mas que nem toda mulher vive bem; aí está uma boa propaganda! É sabido também que toda lógica é um truque que faz padecer mais rápido do que o cigarro... Por isso os professores de matemática nunca me pegarão com vida! Mas como eu ia “quase” dizendo, antes de meus pensamentos retóricos se atravessarem na conversa – deixando tudo sem crédito-, conheci uma mulher que vivia bem!
..... Em primeiríssimo lugar, os objetos não satisfazem nossos desejos mais intensos (embora prometam). Os filhos da mãe, dos objetos, tendem a perder seu brilho, mesmo que não percam sua rigidez. Por isso, conheço muitíssimas mulheres que passam o domingo polindo vibradores! Vibradores, objeto não comumente abordado em textos em blogzinhos miseráveis, provavelmente são os objetos que se apresentam com a maior variabilidade de formas. Uns tem formas de carro, outros forma de bíblia, outros ainda forma de coxa de jogador de futebol, mais outros tantos tem forma de discurso, lembrando os vibradores da moda : forma de cifrão! São basicamente os super-gêmeos (essa piada só tem sentido para quem assistia a liga da justiça dos anos 70), gêmeos que assumiam a forma de animal ou líquido em diferentes apresentações (gelo, água, vapor...). Como eu ia “tentando”dizer, este não é o caso dessa interessante mulher que eu conheci. Como ela sabia que o domingo é um dia amaldiçoado em toda a história da humanidade, dia em que acarretam as maiores desilusões – os humanos só sobrevivem na ilusão, à verdade (condição ápice do desiludido) nos sufoca!-, não podia encontrar sentido polindo em uma tarde de domingo. Aproveito esta deixa para confidenciar-lhes dois seguintes: 1- não deixem os professores de história pegar vocês com vida! 2- nunca esqueçam o seguinte nº 1.
.....Eís que essa esperta mulher sabia dos objetos! Foi aí que descobriu uma potente segunda realidade a qual ainda é estranha para nós: Os homens! Todos falamos da humanidade em geral, fazemos campanhas para salvar o mundo e humanizar o homem, porém resvalamos mais nos objetos do que em tobogãs de piscinas de clube (e a bunda se diverte...). A geração atual é a geração vibracal! Esta importante descoberta dos fabricantes de celulares. Há tantos celulares no mundo que carregam a natureza ambígua de não servirem para a comunicação. Alguns dizem que é para ouvir música, outros para ver vídeos pornôs, mas a verdade insuportável e asfixiante consiste no vibracal. O vibracal nos lembra dos vibradores – e por isso gostamos de usar o celular no bolso: as mulheres no bolso dianteiro, os homens no bolso traseiro... e etc.. -, e os vibradores nos lembram do domingo, e por isso somos todos niilistas (redundantes do nada): vivemos em busca do domingo e quando este chega, nos arrastamos para fora dele e saímos semi-mortos (quando saímos...)! – agora devo um galo ao Pcê-. Mas eu falava de uma mulher, portanto sigo, ela descobriu o homem, aliás, descobriu dois!
..... Os homens se ocupam o tempo todo com as mulheres. Precisam ficar bem para elas, ter os vibradores certos para as mulheres certas! Enrijecer os músculos : é um vibrador também! Escovar os dentes, trabalhar para ter dinheiro (roubar é trabalho também, pois dá trabalho ser ladrão – mesmo que na marginalidade : sim, há ladrões que não são marginais!), ir nos lugares certos, na hora certa, com a roupa apropriada e falar a coisa certa (para um homem, falar a coisa certa é decorar sete piadas para fazer uma mulher rir e no mais, calar a boca!), portanto, o homem enaltece o objeto, mas não é o objeto o que ele realmente quer : o objeto é uma isca! Não se pesca dourados com minhoca pequena! Não se abre a porta de um fusca para uma loira do premier! Quando tudo quanto é objeto fracassa, o homem abandona a luta, pois, já matou a charada: a mulher quer sinceridade! Que cobrança perigosa! Se fossemos sinceros não conseguiríamos nem se quer olhar no espelho! Se procurarem a palavra mentira no dicionário da vida, verão a foto de um homem ilustrando a palavra (alguns dicionários - os bons- inclusive, trazem a foto de um homem fazendo sinal de positivo com a mão direita)! Um homem sincero termina como escritor ou guitarrista da banda Sodoma H., portanto, olhar para isso não é nenhum reforço ou convite a ser sincero! –HAHAHAHAHA!-,SER SINCERO É AFIAR OS CASCOS PARA DAR BONS COICES. Já sei que não é assim que se sobrevive nessa (s) cidade (s), é o circuito de lisonjas bovinas que sustentam as amizades e a arte por essas bandas... Como eu ia dizendo, os homens ocupam o tempo todo com as mulheres!
..... As mulheres são mais inteligentes em relação aos homens! Não se ocupam com os homens, se ocupam com os objetos. Um homem para namorar com uma mulher precisa levar 28 foras por noite no tempo estipulado de um mês – nesse espaço de tempo ele adquire um objeto e aí uma mulher aceita ele -. Uma mulher só precisa dizer sim uma vez depois de 28 “nãos”! Existem exceções, mas todos sabemos qual é e no que consiste a regra. Sobre mulheres que procuram homens sinceros, sugiro que procurem na lista de propensos ao suicídio. Provável que atalhem meio cominho. Infelizmente a sinceridade não vibra e nem anda por aí rebaixada com o tampão erguido! Mais certo que esteja na última mesa do bar, sozinha, lendo Rimbaud. As mulheres são mais inteligentes em relação aos homens, mas isso não lhes agrega muita vantagem. Sabendo que os homens são fraudes ambulantes falando de suas iscas, por vezes acabam se fisgando às iscas, e é aí que toda sua inteligência se transforma em tartaruga que caiu de costas! Não preciso descrever mais, não é mesmo? Vocês sabem do que estou falando! Quando vejo mulher saindo de motéis, parece que me recordo de tartarugas voltando para o mar! Mas eu falava dessa tal mulher que vivia bem...
...... Um dia ela me disse em um bar:_ Você continua sozinho pelo que percebo... E eu respondi afirmativamente. Ela disse: _você já sabe que a palavra amor muitas vezes é um clichê? Respondi com outro aceno. Ela : _ Seu problema é que gasta seu tempo desenvolvendo os objetos errados... O que você faz ninguém sabe fazer, é bonito, mas ninguém quer! Aí falei para romper o silêncio: _ O que você pensa ser meu problema consiste no seguinte: Não quero ninguém! E ela me contou que tinha dois homens na sua vida! Nenhum namorado, apenas dois amantes!
.....A diferença de um ser humano para um objeto é que o objeto te obedece (por isso não adianta bater em computadores quando eles travam). Poderiam me dizer que o ser humano é vivo e o objeto não... Mas se olharem com mais atenção em volta, repensariam essa diferença! Essa mulher que conheci, sabia disso e assim optou por dois : nesse sentindo, rompendo com a moral vigente! Só sabemos viver para um, desejando possessivamente um (foi isso que nos socaram na cabeça). Quando há três, não há como haver essa possessão, já estamos em um lugar impossível de cobrar este “ser objeto” do “ser humano”. Se cobrarmos a moral, no sentido que nos foi imposto pela cultura, fracassaremos em uma relação assim. Desta forma o “bem estar” nessa relação não poderia mais se tornar um bem estar na prática moral de um namoro! Assim, essa mulher, ria de mim por eu ser sozinho e dizia: tenho dois homens! Nada mais perigoso e excitante do que isso! E eu dizia: eu tenho a solidão. Ela tem lá seus lados perigosos... De certa forma, eu entendi o que ela disse. Outro ser humano é complexo, há sempre uma possibilidade de ele fazer algo imprevisível , e como o ser humano sempre lhe escapa das mãos como um sabão, talvez o desejo se potencialize e se intensifique... (diferente dos vibradores, que só te dizem que é possível você obtê-los e te dizem que vale a pena) No mais, o que ela dizia era o seguinte: Toda mulher, para viver bem tem que ter dois homens! Eu sorria e concordava: _deve ser mesmo...Cada homem desempenhava um papel insubstituível na vida dessa mulher que vivia bem. Um era um jovem perigoso, metido a grande coisa, escapava-lhe das mãos por correr atrás de outras e ela sentia nisso um fetiche, ou seja, algo que ela não conseguia viver sem... O outro dava-lhe o cordeiro de Deus que o primeiro negava-lhe, e assim, ambos a disputavam e ela disputava ambos sem nunca permitir a eles aproximação. No fim das contas, ela me disse sobre o amor: Amo mesmo é meu cachorro! Esperando meu choque ela recebeu de volta:_eu amo mesmo é “eu” fumando esse cigarro!:_o que a gente não encontra em um, precisa procurar em outro... Ela concluiu e foi aí que vi que ela nunca esteve definitivamente com nenhum dos dois e talvez nenhum dos dois com ela, embora transasse com ambos. Mas ela dizia viver bem assim... eu, no meu canto, imaginei que sim...


r.A.

Nota: A sombra da mão na foto é minha!

5 comentários:

Animais terrestres disse...

Esse texto me fez lembra: " A libido é da animalidade. O Eros é da humanidade"...
Acho que seria interessante apresentar essa mulher para o autor desta frase... hehe

Muito bom o texto...



P.S EU VI A MÃO DA FOTO... HOUHOUHOU

Ivandro disse...

Muito bem,...

LenOo disse...

... Nuito bom seus pensamentos.
Penso da mesma forma em relação aos domingos...
Mas não esuqueçamos do Faustão que é outro motivo de tédio que leva às mulheres a "viverem bem!"
Acontece muito:
"..... Os homens se ocupam o tempo todo com as mulheres. Precisam ficar bem para elas, ter os vibradores certos para as mulheres certas! Enrijecer os músculos."

Diogo Vaz Pinto disse...

Olá,

Gostaria de entrar em contacto consigo. Seria possível indicar-me o seu endereço de e-mail?

Muito obrigado e parabéns pelo blog.

Cumprimentos,

Diogo

r.A. disse...

Olá Diogo, obrigado pelas felicitações ao blog... Faço o que posso - mas sempre de olho no que eu não posso -hehehe!

O e-mail que uso com frequência é:
rodrigom@unochapeco.edu.br

Obrigado a todos que comentaram... Este texto foi dureza para parir!