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É claro que uma porção de pessoas que me
conhecem sabem que escrevo aqui muito mais como exercício do que “profissionalmente”.
Isso não quer dizer, claro, que não levo isso a sério. Quer dizer que olhar para
esse blog é mais ou menos como olhar para um laboratório de um “cientista maluco”
que brinca dissecando a linguagem. Inclusive, eu mesmo gosto de tirar um tempo
para estranhar algumas coisas que aqui estão registradas. E você iria se
surpreender com a quantidade de vezes que pensei em apagar quase tudo que está
aqui. Felizmente para nós, algumas pessoas que gostam dessas “peraltices”
acabam impedindo que isso ocorra! Minha, digamos, “mente”, funciona mais ou
menos assim: uma vez abordado um assunto – quando não é relacionado precisamente
com a produção literária -, esse tema surge para mim como algo superado. Não
quer dizer, de forma alguma, que esse tema não deva possuir mais inumeráveis abordagens,
revisões, críticas e toda a ladainha. Quer dizer que raramente eu retomo uma “questão”
até mesmo quando é “necessária”. Aprendi isso com a filosofia! A filosofia me
ensinou a não fixar perspectivas, isso quer dizer que é muito raro para mim
adotar aquilo que comumente alguns chamam de “posição” ou “coerência” – e cá
entre nós, eu acho isso de uma preguiça e fanatismo imenso! Porque algumas
pessoas, que me parecem “a maioria”, uma vez selecionando uma posição a adotar
sobre determinado tema, passa a defender muito mais esse “esconderijo” que é
ver o mundo com essa posição (uma lente viciada a filtrar tudo com a mesma
profundidade) do que defender os pensamentos que desenvolve! Ficou complicado?
Quer que eu explique? É, mas eu não vou!
......Se
alguém me perguntasse agora o motivo de se pensar acompanhado da tradição
filosófica, eu diria simplesmente: dissolver posições e perspectivas! O resto
pode deitar fora – se tiver aprendido isso, já fez grande coisa. Me espanta
tipos de escritores que avaliam sempre o mundo valendo-se de um “fundamento”,
uma base, uma “leitura” – como alguns viciados dizem. Tipo, um cara me diz que é marxista ou da
teoria crítica, ou psicanalista lacaniano, eu digo: legal! Siga em frente e boa
sorte. Não conseguiria dizer que sou fixado em uma perspectiva – porque seria
falta de sinceridade da minha parte, nesse assunto. Pense só o que acho um
atraso: alguém dizer “você não pode pensar assim porque Marx disse, porque Jesus
disse, porque determinada teoria da psicologia disse”, etc. Ora, como assim
VOCÊ NÃO PODE? E o lado irônico disso tudo, é que esbarrei em mais gente assim
do que em pastores de igreja! Quer dizer, cruzei mais dogmáticos – justamente com
alguns dos textos deste blog – que se valiam da alcunha de “pesquisadores” do
que com religiosos. Também houve momentos em que me vi debatendo com bobalhões
que me cobravam justamente METODOLOGIA – poxa vida, nada mais anti-filosófico
do que uma metodologia forçada!
Particularmente gosto de ver como sociólogos e historiadores metem os
pés pelas mãos se valendo disso – não todos, é claro, só os “monges copistas”. Mas até esses debates, hoje, significam pouco
para mim – um psicanalista diria agora “a-rá, se não significa porque falou?” e
eu diria:_ será que Freud sabia empinar pipa?- capaz do cara ainda me sair com
data, hora e testemunhas de que Freud não sabia! (risos).
......Talvez,
você que está lendo essa linha agora, possa estar curioso sobre os motivos que
me levaram a falar todas essas coisas e com respeito a você eu diria que acho
bastante importante você entender um pouco sobre como pensa este que teceu
esses textos. Você, talvez leia coisas nesse blog que não vão nem ao encontro do
que acabo de relatar aqui. Mas não poderá dizer que não foi avisado! Talvez
ainda, você pense: mas porque uma explicação dessas tão longa só para mim? E se
pensar assim, vai descobrir que existem vários “vocês” olhando para a palavra “você”
e este blog – já que possuí um rastreador de entradas – apresenta que
mensalmente (no mínimo) 300 pessoas passam por ele. Agora deixe-me lhe segredar
uma coisinha, também posso rastrear algumas visitas que fizeram login no
e-mail. Mas fica aqui, só entre mim e você. Creio que assim você entende um
pouco de minha preocupação em esclarecer algumas coisas. Mas veja só.
......Aqui
você não vai encontrar uma pessoa que vive a lisonjear a si mesmo ou
confeccionar confetes e brilhantinas para jogar sobre a própria cabeça. Também
não vai encontrar algo do tipo: como inflo meu ego em 4 partes. Quem te escreve é um cara bem simples que não
almeja nada além de algumas desajeitadas palavras e uns sarros arrogantes –
sim, eu sou ao mesmo tempo medíocre e arrogante, por mais incoerente que
pareça. Assim, acho que podemos encerrar. Se você gostar e se esforçar um
pouco, talvez encontre alguma coisa que possa lhe vir a calhar por aqui, nessas
palavrinhas vermelhas nesse fundo escuro. Caso contrário, tá tudo bem também,
talvez você seja mais feliz batendo palma para o sol – acredite, tem gente que
faz isso e depois o dia se revela muito mais positivo. Mas por fim entenda que
eu não gosto de (99,999%) jornalistas – porque eles são uns merdas que
parabenizam seus jornais como putas após receber uns trocados ou um pouco de
atenção -, não gosto de ninguém que esteja acorrentado a posições, autores, -
partidos políticos me dão náusea - , e nem gosto de gente que acha que se
envolver em movimentos que juram salvar o mundo lhe garantem uma “lavagem moral”.
Eu gosto de meia dúzia – não mais – de filósofos, de Bukowski e acredito no
cruzado de direita do Henry Miller enquanto simpatizo com Fernando Pessoa e
Augusto dos Anjos. Me encanta Goya, Van Gogh, Modigliani, Picasso e Joseph Beuys
– embora eu pense que todo artista é um merdinha querendo se mostrar!. Sinto
necessidade do blues, quatro ou cinco bandas de rock (e se você falar mal de
Kurt Cobain ou Jim Morrison vai descobrir que sua presença me irrita), e quase
tudo da música clássica. No fundo eu não gosto de música, mas alguns safados me
pegaram com vida. E se você fingir que gosta de alguma coisa que eu gosto para
me puxar o saco, eu vou pregar uma foto sua no meu mural da vergonha – e eu
tenho um, porque sou excêntrico e marginal (e vou perseguir você até que se
entregue). No meu mundo cigarro faz bem para a saúde e a ironia acompanhada do gancho
de direita (como segunda opção) tornam a vida suportável. Tem gente que pensa
que eu deveria aprender a dizer o que todo mundo quer ouvir, dar presentes para
os vizinhos, oferecer jantares esporadicamente enquanto desabafamos sobre o
trabalho ou contamos piadinhas que todo mundo sabe – e rimos por educação (adestramento
)-, e eu até poderia apresentar à você essas pessoas - você poderia vir aqui em
casa para visitar seus cadáveres amontoados no meu porão!
......Você
pode estar pensando agora que a única diferença entre eu e você é que a mulher
não manda em mim. E que se preso numa chave de braço, eu não bato – porque eu
sei que o outro idiota solta. Mas é assim mesmo. Seja bem vindo.
r.A.
P.s.:
A primeira regra sobre o blog Crimes e Ursinhos lmtda, é que você não fala com
idiotas sobre ele. A segunda regra do blog Crimes e ursinhos lmtda, é que você
NÃO FALA COM IDIOTAS sobre ele. Apenas duas pessoas lutando, você e o texto, e
as lutas duram o quanto tiverem de durar – Fica tranquilo, isso é uma piada!
Não leve isso a sério, seu boboca.