quarta-feira, 26 de junho de 2013

Umas palavras furiosas sobre literatura! Depois, todos vão tomar seu leitinho e nanar no quentinho...



“Brotará por azar, não por sorte! Quando azar for sinônimo de resistir”. (r.A. respondendo um questionário sobre literatura).

......Aconteceu na escola, lá pelos meus 15 anos. Não conseguia ouvir e prestar atenção nas coisas que os professores diziam. Em partes porque os professores eram chatos! Em outras partes porque eu é que era um idiota. Diferente dos idiotas em geral, não me achava alguma coisa, apenas vivia perdido. Também vinha de uma família recheada de problemas, mas isso é choradeira. Andava pela biblioteca da escola olhando todos aqueles livros e vez que outra retirava um da prateleira. Alguns até conseguiam prender minha atenção por algumas horas, mas em geral, não tinha a disciplina necessária para absorver alguma coisa dos livros (ou a maioria era uma bosta mesmo). Por outro lado, não achava as pessoas e o mundo mais interessante que os livros. As pessoas só falavam – e continuam falando- de si mesmas. E suas vidas me davam – e continuam me dando – sono. Foram épocas estranhas que simplesmente não fazem nenhum sentido para mim. Parece que uma manhã eu acordei e já tinha 15 anos. E fora algumas encrencas em que me metia – geralmente brigas violentas-, não tinha feito nada e não sentia que faria alguma coisa, dali para frente. Havia uma fatalidade pairando sobre mim. Aqueles que me viam, de longe sentiam que em algum momento eu  sentaria sobre uma pedra e esperaria morrer de tédio. É. Dramático e enfadonho, mas é assim que penso que era. Até que um dia um sujeito magrelo e baixinho chegou para mim e disse:_ Cara, você é muito idiota! Deprimente! – esse sujeito passou a ser meu melhor amigo.
......Era uma época ridícula em uma cidade patética do interior. Tudo que rolava era melancólico, porque não havia muito o que fazer. Quem não gostava de transar e jogar bola, ou bebia, ou se drogava, ou desembocava na literatura. Eu fui um dos que desembocaram na literatura. Encontrei um livro em uma sessão reservada da biblioteca – permitida apenas aos professores. O livro era do filósofo Arthur Schopenhauer. Foi a primeira vez que cada palavra que lia, cada parágrafo, cada capítulo, parecia estar direcionado para mim. Voltei várias vezes até a biblioteca para ler aquele livro. Cabulava/gazeava aulas, muitas vezes, para ficar em um canto da biblioteca folhando aquele livro. Implorei para o bibliotecário me deixar retirá-lo (embora já tivesse lido o mesmo livro mais de três vezes) e como ele não me permitiu, acabei roubando o bendito livro. Este encontro inusitado com Schopenhauer fechou um milhão de portas na literatura, para mim. Já não tolerava as dez primeiras páginas de outros livros. Tentei outros caras: Platão, Kant, Marx, Foucault, mas não deu. Isso no mesmo gênero literário – Filosofia. Na literatura clássica então, nem se fala! Folhei a biblioteca inteira da escola atrás de alguma coisa, folhei os clássicos da literatura brasileira – Machado de Assis parecia um jornalista e detesto a escrita jornalística! Então migrei para a poesia. Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Baudelaire, foram alguns de meus camaradas. Depois descobri o Marquês de Sade – Romance emprestado por um professor de sociologia – e Nietzsche. Nunca mais saí de Schopenhauer e Nietzsche! Flertei, nessa época, com escritores anarquistas, mas me pareceram cristãos demais! Enfim, foi isso tudo que descobri com 15 anos.
......De lá para cá se passaram 10 anos. Quando a literatura me cansou, caí na música. Descobri uma porção de outros (as) escritores (as) que transformaram meu tédio em algo produtivo. Enquanto isso preenchia cadernos e mais cadernos com escritos – pequenos contos, ensaios, poemas, etc. Na universidade comecei a frequentar oficinas de escrita e os pretensos escritores quase me mataram de tédio! Talvez eu seja mesmo um desaforado, um arrogante, qualquer coisa ruim que se possa imaginar, mas definitivamente, quanto mais conhecia pessoalmente gente que se dizia “das letras”, mais me decepcionava – e não era uma decepção no sentido de expectativas não correspondidas! . As exceções foram sujeitos que não estavam interessados em ser escritores – parecia que esses escreviam “melhor”, mais sinceros, sem forçar a barra.  Percebia que quando alguém decidia dizer sobre si mesmo “sou um literato ou intelectual”, um pequeno grupo o cercava de mimos (como uma nuvem de moscas na merda) e o transformavam em um imenso imbecil – ou talvez esses sujeitos sempre foram imbecis, só as lisonjas os encorajaram a sair do armário.
......Com toda essa experiência frustrante e desencorajadora na literatura, nunca pensei que um dia me dedicaria a ser um escritor. Ao longo de uns três anos passei a “limpar” minha escrita afim de encontrar um estilo por conta própria. As receitas passadas por outros escritores e os patéticos exercícios passados em oficinas só me ensinaram tudo que eu devia evitar. No fim das contas entendi que apenas quando escrevia coisas que podia suportar ao ler – muito poucas, aliás – é que daria um passo titubeante no vazio. Nada de colegas e professores me dando tapinhas nas costas! – Espinhos envenenados brotam de minhas costas...
......Deve haver mais algumas centenas de motivos para se escrever alguma coisa. Mas comigo, tudo se resume a solidão e fratura. Escrever e consultar os outros para saber o que acharam – e olha que essa é uma das receitas de alguns escritores aclamados por aí a fora!- não passa, para mim, de desperdício puro. Obviamente não há escritores sem leitores, mas um bom escrito é “para todos e para ninguém”.
......Quando me entrego a um auto exame, raras vezes chego a concluir que outra coisa poderia ter feito de mim. Escrever se tornou um jeito de me virar – apenas. Escrever também, numa perspectiva de defensiva, é um ótimo jeito de escapar do que os outros pretendem fazer de você! (e não se esqueça que você é o outro de si mesmo!). Saturando com faca quente os membros decepados em uma desconstrução, dá para evitar todo tipo de pomadas que venham a querer aplicar nos seus ferimentos. Fama e sucesso – seja lá o que essas duas palavras sonolentas signifiquem- são metas para quem não experimentou aquela sensação de um porre de vodca barata. “Saldo positivo” são palavras que figuram no dicionário dos mais palermas! Qualquer sujeito que experimente algum contato com a arte e se sinta realizado com isso, certamente teve contato com alguma outra coisa que disseram para ele se tratar de arte. Ninguém que é intempestivo em relação à cultura saiu inteiro e sadio. Até um palhaço chora por dentro enquanto todos a sua volta comemoram. Levar a “alegria e diversão” para o público está mais para animador de platéia de show televisivo do que para arte. Se não for isso, provavelmente Augusto Cury vai vender um livrinho para você – se for o caso, está tudo bem, podia ser Paulo Coelho, Pe. Marcelo Rossi ou Zybia Gasparetto! Quem sabe...
......De outra maneira, há outra perspectiva para abordar essa ladainha toda sobre literatura – e falar sobre literatura raramente não se torna ladainha e um furacão tosco de opiniões! Poderíamos abordar por um viés de especialistas! Períodos, catalogações de escolas literárias, contextualização histórica, a merda toda, enfim. Como eu disse, há outra perspectiva, mas nesses casos corremos o risco de levantar dados sobre um peido! – uma flatulência podre também provoca suas manifestações estéticas... Mas depois de tudo isso que escrevi aqui, acho melhor me poupar de certas coisas. Apesar de contar 25 anos, já não tenho idade para voluptuosos sonhos seguidos de ereção e ejaculação – não nesse plano, já que prefiro as coisas mais “carnais”. Foder, Trepar, são palavras muito fortes para os especialistas! Eles preferem “forma e conteúdo”, não é? – Que Erick Hobsbawn não tenha escrito A ERA DO SEXO ANAL é até tolerável, afinal os historiadores levam a vida à sério e o sexo anal não parece ter surgido com a organização social do trabalho (e eu me acabo de rir aqui!).
 ......No mais, acabaram as ideias. Não tenho nenhuma “sacada literária” para encerrar esse mini ensaio (o que prova que talvez me torne um escritor frustrado!). Então fique com essa piadinha: “Joãozinho chega para o seu pai em casa e reclama que seus colegas na escola vivem o perseguindo e chamando ele de boiola. Seu pai replica:_ Bata neles! Ao que Joãozinho responde :_ Mas eles são tão lindos, não consigo pensar em machucar aqueles rostos másculos! O pai arrisca mais um conselho:_ Então corra deles! E Joãozinho replica:_ Já tentei, mas não peguei a prática ainda de correr de salto alto. O pai de Joãozinho, indignado grita:_ Pegue minha bolsa enquanto eu retoco meu batom! Vou com você até a escola resolver esse problema”. 
 
r.A.


 “Sem dúvidas um jovem promissor na literatura! Quem diria que ele nos surpreenderia encerrando um ensaio com uma piada de inclusão social?”- Times.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

...Da biografia\autobiografia. fama, rock n' roll e macacos que riem!



......No renascimento (alemão e italiano) os burgueses pagavam escritores medíocres para escrever a biografia de suas vidas. Que essas biografias não tenham chegado até nós é um acontecimento que poderia ser estudado com profundidade. Mas minha hipótese é que a vida de um burguês é tão entediante que até um escritor medíocre sentia que fora um mau negócio ter aceitado a empreitada! Quer dizer, provavelmente não valeria o esforço e tão pouco à recompensa.
......Schopenhuaer (aquele filósofo alemão que ninguém conhece) disparava na cara de sua mãe que os relatos de viagem que ela fazia e que lhe renderam uma espécie de aceitação enquanto literatura, não passava de uma baboseira. Ora, baboseira essa que enganava, inclusive, caras sérios – tipo Goethe. Basta você saber que Schopenhauer era um filósofo para entender que tomar biografias como literatura só podia ser de péssimo gosto!
......Dia desses eu andava dentro de uma livraria – estava procurando um livro de Russell –  quando parei por um segundo para pensar, me vi trocando olhares com Neil Young. Uma cara de velho, um pouco sombria, com um chapéu puído e o olhar escondido na sombra da aba do chapéu. Li na capa: Autobiografia. Ao lado desta capa, biografia do ACDC, biografia do Metallica, biografia do Aerosmith, biografia do One direction, Justin “baby”, até do Restart! Perguntei para a moça que atendia no balcão:_ Isso tudo vende? E ela, sorrindo gentilmente:_ É o que mais vende na nossa livraria! É claro que pensei: O dia que eu estiver falindo, tratarei de escrever minha autobiografia, vai que consigo um dinheiro para o aluguel?
......Se você pensar a sério sobre um autor de transição do renascimento para a modernidade – na França -, você chegará em Renè Descartes. E seu “Discurso do método” e o seu “Meditações metafísicas”, começam com um caráter autobiográfico. Sabe o que é engraçado? Quando passo pelas bancas de jornais na Av. Paulista, o que mais vejo é esse livro Discurso do método. É claro que fico pensando quem teria saco para ler esse livro – embora saiba de sua importância histórica e filosófica... aliás, nunca vi um autor mais mal compreendido nas universidades do que Descartes. Quando alguém das ciências humanas fala “essa modernidade cartesiana” eu sei que se trata de alguém que não sabe o que é modernidade e não sabe o que é cartesiano! Fora Descartes, você encontra também, nessas banquinhas de jornais, algum diálogo do Platão. Outro bem pouco compreendido. Quando alguém das ciências humanas fala “esse idealismo platônico”, sei que se trata de alguém que não sabe o que é Idealismo e não sabe o que vem a ser Platão.  Sabe, quando alguém fala “mundo das ideias” ao invés de “mundo das formas”, eu já sei que tipo de tradução o infeliz andou lendo. Agora, você acha que eu me incomodo com isso? Claro que não! É bem sabido que o lugar onde mais se falam coisas sem se compreender do que se está falando é nas universidades.
......Ontem, enquanto estava matando tempo e me esquivando de diversos afazeres, folhava uma revista de história. Lá pelas tantas me deparo com um artigo com um tema mais ou menos assim: “o resgate histórico das biografias”. O artigo, “bem mal” escrito, obviamente. Realmente gostaria que o pessoal das ciências humanas fizessem algumas oficinas de escrita para parar de acreditar que basta meia dúzia de citações e alguns comentários para atingir um trabalho “razoável”. Mas enfim, me torturei lendo o bendito artigo. Não havia nenhum resgate da escrita biográfica, havia apenas uma nota do tipo: “então, hoje em dia, se tem retomado o valo histórico da biografia e autobiografia” – só. Tratava-se de um doutorando em história... fiquei mexendo nos meus bigodes e me perguntando:_ quem orienta esses diabos? Espremendo o artigo de dez laudas, não dava para retirar cinco frases razoáveis.  Você não acha isso triste?
......Acredito mesmo que existem autobiografias dignas de passagem, por exemplo “Ecce Homo” de Nietzsche. Esta autobiografia me livra das baboseiras de comentadores que pensam poder chegar ao conceito de um filósofo se fiando na bendita “contextualização”. Uma lógica que desanda em um imenso fiasco: “e fulano pensava assim graças ao seu contexto histórico-social, blábláblá”. Está é a leitura mais idiota que se pode fazer de um filósofo, de um escritor, de um artista, etc. É muito raro você precisar o que foi causado pelo contexto e o que não foi em um autor. Um filósofo, com raras exceções, transvalora seu contexto em texto! Essa passagem, esse tipo de “alquimia”, as palavras não fazem figurar. A palavra é insuficiência no caso da filosofia. Porém, um mal necessário. Coerência é ingenuidade de matemático – até um matemático sério sabe que seu pensamento transmutado em função passa por uma aproximação, uma analogia, nunca uma igualdade! Calcular é “calcular em relação a algo” e isso é mais metafísico do que se quer admitir! A maiêutica socrática, Platão transformou em ironia para dar bordoadas nos sofistas. Os pitagóricos nunca iludiram Platão!
......Não lembro direito onde Cioran (filósofo e antí-filósofo, ao mesmo tempo) disse isso (acho que foi em uma obra chamada Silogismos da amargura), mas disse que achava engraçado que na possibilidade da biografia, alguém ainda não teria renunciado a vida. E está foi minha chave de interpretação para este fenômeno editorial (risos) da biografia – autobiografia. Dado o interesse crescente pelo “indivíduo” (não confundir com o individualismo), a biografia e autobiografia passou a suscitar curiosidade. E no capitalismo todos sabem que gente curiosa pode significar lucro! Os que já foram famosos (até tu Neil Young? – risos) agora tentam o último golpe, revelando como chegaram até lá! E os que nunca tiveram fama, agora, contratando um escritor medíocre, sentem que podem, pelo menos, gerar uma biografia que insista em uma identificação com o público. Veja só, eu falo isso com conhecimento de causa – bem profunda, aliás. Tenho aqui, entre os livros na minha biblioteca particular, biografias de Kurt Cobain, Jim Morrison, Ian Curtis, Sex Pistols, Charles Bukowski, e alguns outros. (Cito biografias de bandas porque nessas biografias se tem uma coleta de dados em conjunto).
......Tenho cá comigo que há duas maneiras de conseguir “fama”. E nenhuma delas são positivas. O(s) sujeito(s) que persegue(m) fama, parece(m) se encaixar muito bem no que Cioran disse: Renunciam a vida pela possibilidade de uma biografia interessante – interessante para as massas, para o coletivo. Se é esse o seu caso, vou lhe dar uma boa dica – de graça, ainda! Faça o diagnóstico do que agrada a maioria das pessoas. Feito esse diagnóstico, fale em público apenas o que agrada – guarde para si o que desagrada! Simples. É assim que hoje se faz política no Brasil. Tanto faz se você é de direita ou de esquerda, isso é um detalhe. Os partidos estão tão desvinculados com suas ideologias, que fazer política está mais para fazer marketing pessoal do que para “lutas ideológicas”. Nesse sentido, só um bobalhão acredita em um partido por pressupostos ideológicos! As reuniões de portas fechadas nos sindicatos não são mais para decidir rumos ideológicos, são para fixar parcerias! A verdadeira decisão é tomada no bar ou no churrasco de domingo! Não sou tão pessimista assim, imagino que existam pessoas que realmente vistam a camisa “política-ideológica”, mas estes estão mais para o sujeito que vai num baile de formatura de chinelo de dedo – E reclama porque as “minas” não querem ficar com ele! (risos).
......Uma segunda possibilidade de adquirir a bendita “fama”, reside em ser “garoto/garota propaganda de alguém/empresa/marca – fantasia/ etc.”. Também é um jeito ótimo de renunciar a vida na possibilidade de uma boa biografia. Se até o Tom Zé conseguiu, por que você não conseguiria? (risos). Dado que Tom Zé deve possuir muito mais pressupostos e conceitos sobre arte do que você – e eu. Agora você gostaria de resmungar algo para mim sobre indústria cultural e capitalismo? Rapazes/ Moças, conheço Adorno melhor do que ele gostaria de ser conhecido, nem vou entrar em méritos filosóficos!
......Só para finalizar esse texto, já que sei que tenho entre meus leitores muitos músicos, vou contar um caso para vocês. Conversando com um roqueiro aqui de São Paulo sobre gravadoras, empresários, rock n’ roll, etc., este sujeito me conta sobre a biografia (risos) musical de sua banda. Contava-me ele, já com cabelos brancos, que estava cansado de tocar nas centenas de bares de rock da grande São Paulo e não passar de “entretenimento noturno para bêbados bem intencionados”. Repliquei que conheço bem essa situação. Inclusive, em São Paulo, na noite, nos bares de rock, você encontra gente de todo tipo e de todos os lugares – do mundo! Estávamos, durante essa conversa, num show de um trio de blues vindo dos EUA. Este sujeito me contava sobre o contato que teve com um estúdio (Bonadio – produziu Mamonas Assassinas, CPM 22, NX Zero, etc.), onde a própria produção de um disco envolvia o lançamento nas melhores rádios de rock de São Paulo e apresentações televisivas nas emissoras SBT e GLOBO. Eu não sei se você entendeu, mas eu vou repetir para você. A produção de um disco já envolvia o lançamento nas mídias de grande circulação nacional – já estava incluso no pacote.
......É claro que pedi para ele prosseguir com o causo! Dizia ele, então, que chegou até a pré-produção e lá já não existia mais a sua amada e com longa carreira na noite paulistana, banda. Eles só mudaram a nome da banda, o “tipo” de som da banda, o release da banda, a maneira de se vestir dos integrantes... só. É claro que tudo isso envolvia também um contrato de 500 mil reais para ser assinado, referente à produção do disco de estreia – os discos independentes da banda não contavam! Pagar esses míseros 500 mil reais não era o problema! Seria descontado da banda – que já tinha a sua “aparição de sucesso” garantida – fazia parte do pacote, obviamente. Como dizíamos antes, nada mais do que renunciar a vida em nome de uma biografia! Vou resumir a história. A banda aproveitou a oportunidade, mas não “vingou” e agora tinha só uma despesa de 500 mil reais a serem pagos. Disse-lhe:_ bem, aproveite o disco e se inscreva nos editais dos sesc’s por aí! Respondeu-me o sujeito:_ Não resolveria nada. Os sesc’s manufaturam as apresentações culturais e pagam uma migalha tão insignificante que o artista termina por pagar para se apresentar. Embora engorde o “currículo” (biografia?) do artista para apresentações futuras! Depois disso, tentamos chegar a uma conclusão. Se valia mais a pena, para um artista, se apresentar no sesc ou tocar viola na “feira da madrugada” – no Brás. (para quem não conhece: feira de produtos que escaparam da fiscalização e por isso são reduzidos à metade do preço).
......O filósofo Safranski escreveu a biografia do filósofo Schopenhauer. O título é muito instrutivo: “Os anos mais selvagens da filosofia”. Conta Safranski que certa feita, Schopenhauer se livrou de uma tentativa de golpe estelionatário de um banco. Disse ele ao gerente:_ Infelizmente você tentou passar a perna num sujeito que leu KANT. Quer dizer, o filósofo sabia dos riscos de um investimento de conhecimentos “à priori” e “à posteriori”. (risos). E tem muito idiota aí que ainda se perguntando para que serve a filosofia. E mais idiotas por aí falando em filosofia enquanto vendem o rabo para jornais... esses são piores!
......Pois bem, é preciso concluir. E lá vamos nós. Pensemos que a moral da história (risos) é que muita gente confunde sua produção no campo artístico com fama. Existe um maremoto de paspalhões que estão mais implicados em se mostrar do que em produzir sua arte. Também há uma outra enxurrada de salões, festivais, concursos, todos loucos para corresponderem ao maremoto de paspalhões. Alguém, provavelmente um idiota – eu tenho facilidade em irritar idiotas... isso ainda vai me arruinar! – deve estar resmungando: “ e você r.A., que não faz nada, fica aí sentado debochando de todo mundo”. Acho que é isso mesmo, eu não faço nada e fico debochando de todo mundo! Para esses eu digo que preciso mesmo de gente para debochar enquanto tomo minha cerveja! E graças aos deuses, material para mim trabalhar não falta! (gargalhada). E para ser bem sincero, estou desapontado com Neil Young... ele não está tão velho assim e falido para precisar publicar sua autobiografia – ou está? Na dúvida, faça como Descartes, tome um porre de vinho e comece a pensar que está sendo enganado pelo diabo! Mas não se engane com essa moda de escrever sobre si mesmo como se fosse grande coisa, ou pedir para que alguém faça isso. Faça como faz o macaco – ria! Pare de acreditar em concursos, recitais, partidos, biografias, boas intenções, gravadoras, revistas de história, seu emprego e sua dignidade moral. Você é um macaco que pensa, então ria! Ria enquanto pode...

r.A.


ps. – Numa dessas noites paulistas um produtor musical disse:_ Que tal mudar o nome do duo de rock que você faz parte? Tipo, de Sodoma H. para “Pop duo rock”? Seria mais comercial! Minha resposta:_ E que tal se eu mudar o seu nome para “Enfia o dedo no cu e rasga”? Seria mais comercial!

Filósofos de todo mundo: apartai-vos!



......A maior armadilha para um jovem filósofo é pensar que depois de ter se revolvido em dois milênios de tradição, levando cruzados de direita, de esquerda, de cima, de baixo, dos velhos mestres, será tranquila sua convivência com um rebanho que tem dificuldades até mesmo para pedir licença para usar o banheiro. Você não acha? Embora seja fácil para eu escrever essa frase de abertura, não podemos perder de vista que a escrita não é sempre a linguagem mais adequada para manifestar o ruído de nossos ossos estalando enquanto apreendemos algumas verdades. Ou você acha que os escritores de todos os gêneros apenas se sentavam e cagavam obras primas? Primeiro eles/elas levaram uma “centena de milhar” de bofetadas na cabeça – e outra centena de bofetadas no espírito! É claro que as coisas ficam mais críticas quando o aluguel vence no dia 5.
...... Eu imagino que se você já ponderou todas essas questões que levantei acima, já deve ter superado uma série de outras questões mais “prosaicas”. Quer dizer, você já se deu conta que bajular as massas não é filosofia, que salvar o mundo também não é filosofia (Ou Batman seria um grande filósofo!), assim como deve ter sentido na pele que fazer críticas a sociedade nunca transformou ninguém em filósofo, e que é mais fácil dizer “Adeus à filosofia” do que dizer “E aí gata, pronta pra outra?” (Viu Cioran? Achou que eu não tinha respostas para você?). Com o pouco de experiência que tenho já deu para entender que escolher se expressar por onde a tradição nos liberta é escolher levar a sério uma fratura exposta! Ora, sugiro para qualquer um que desanima, que examine com mais cuidado sua própria solidão. Foi conquistada? – Já começamos bem! Foi infligida por outros? – Já começamos mal!
......Para mim a Arte – sim, a com “A” maiúsculo – seria a prima da filosofia. Provavelmente a parente mais próxima nesses dias. Talvez a diferença mais óbvia entre ambas no trato – na maneira em que comumente se trata ambas, quero dizer – é que as grandes obras estão disponíveis para se tirar uma bela foto ao lado! (Eu mesmo já escapei de um segurança e tirei uma foto em frente a uma obra do Modigliani!). Já no caso da filosofia não dá para você tirar uma foto ao lado de um conceito! Por isso a maioria das pessoas acreditam saber o que fazer com uma grande obra de arte, mas não sabem muito bem o que fazer com um conceito. Já que não é possível ensiná-lo (um conceito em filosofia só se conquista com um salto, nunca com um mero lance de escadas), não é possível comprá-lo numa galeria, não é possível trocá-lo por uma imensa quantia em dinheiro (é com a escada que a editora fatura, não com o conceito!) e mesmo que você insista em colecioná-los, não vai dar para se gabar quando aqueles seus amigos chiques vierem visitá-lo. No máximo aquela sua amiga ou aquele seu amigo chique cairão na gargalhada se você jogar um conceito filosófico sobre a mesa durante um jantar. Irão dizer:_Uau, não entendi nada do que você disse, você deve estar louco! Obs: Ser chique é quase sinônimo de ser idiota! – Só para constar. Obs 2: Não reduzi a arte a “tal coisa”... apenas disse que “tal coisa” é possível com a arte – e é claro que ela perde sua singularidade no trato, algumas vezes, mas não sempre!
......Por outro lado, temos a poesia. Dizer que a poesia não faz parte da filosofia – depois de Nietzsche – é querer levar umas duras bordoadas na frente de um filósofo (risos). Mas você já foi num recital de filosofia? Não me leve a mal, mas mesmo que houvesse, eu não iria! Para ser sincero, é difícil para mim ir até a um recital de poesia – ao menos que tenha vinho bom no cardápio (e de graça, assim como em exposições de arte! Alguém tem que acalmar meus olhos e ouvidos por aturar tanto...). Nada contra a poesia, mas os recitais são tipo um atentado contra a poesia! Mas dá para fazer! Vê? Já é alguma coisa – ruim, mas é. Os poetas ou seus funcionários terceirizados (risos) conseguem fazer isso. E em geral, tem muita gente que adora! Alguns até pagam. Ei! Me ocorreu uma ideia agora. Provavelmente foi isso que matou Sócrates: Recitar filosofia! Se ele tivesse dito que era um poeta, teria chegado aos 73 anos! Mas voltando ao assunto, se você disser que é um poeta, aqueles que não pensam que você não passa de um vagabundo, pensaram que você é um grande intelectual. Sendo um grande intelectual, você já corre o risco de ter sua foto estampada na capa de alguma revista – e nem precisa ser de poesia -; já vi foto de poeta até em capa de folheto de revendedora de carros, calendários para fixar na geladeira, bandeira de time de futebol, camiseta de roqueiros em decadência, etc.  Mas e quanto aos filósofos? Ops, recordo de uma história! Um cara uma vez me abordou – obviamente em um show de rock – com uma tatuagem do Nietzsche. É claro que mandei ele a merda! A tatuagem estava horrível. Mas vamos continuar...
......É impossível para mim não abordar uma passagem cômica na vida de todos (ou a maioria, pelo menos) que escolheram a filosofia muito cedo. (Consigo até ver algum engraçadinho dizendo “nunca é cedo demais para a filosofia” – então ensine Schopenhauer para uma criança de 2 anos, cowboy!). Aquele domingo, naquele encontro de família, onde algum parente seu pergunta o que você faz da vida e você responde:_ Sou filósofo (A). Ou professor(A) de filosofia – que é uma tautologia.  Diga aí, qual é a próxima pergunta? Ah, não seja tímido! A próxima pergunta é:_ E ganha quanto com isso? Ou “que diabo é isso?”. É nessas horas que toda a galera violenta vem na sua cabeça (Heráclito, Sócrates, Platão, Aristóteles – pulemos os medievos, ok? – Descartes, Hume, Kant, etc.) e você sabe que quanto melhor explicar sua escolha, menos será compreendido. Também há dois riscos em não ser compreendido nessas situações: 1- É louco (A). 2- É vagabundo (A) e essa vagabundagem já o levou a loucura! Era mais fácil ter dito que era poeta – pelo menos se livrava do “louco”.  Sempre gostei de um termo que minha família usava para mim: “Louco de sem vergonha”. Bem, melhor do que ser vereador.
......Depois, chegando na reta final para o término do seu curso de filosofia (eu imagino que você não é bobinho o suficiente para dizer por aí que é filósofo sem nunca ter cursado filosofia em uma universidade – e não estou me referindo à “filosofia da educação” – razoável), se você for um sujeito dedicado irá perceber que seus professores lhe ensinaram apenas o superficial. Pior que isso! O superficial de suas próprias interpretações dos filósofos! Eu me referi aos dedicados porque sei que existe uma porção de ‘sofistas’ no curso de filosofia. Quero dizer, gente que teria sucesso como vendedor de t.v. à cabo tanto quanto filósofo! Gente que quase desmaia quando ouve falar em Marilena Chauí ou Viviane Mosé – nada contra, mas que tal começar a falar de Deleuze, Foucault, Heidegger, até Sartre...? Os professores nem sempre tem culpa da superficialidade, mas acontece que numa universidade – que não dá bola para a filosofia, e é raro uma universidade se preocupar com a filosofia – os professores são obrigados a trabalhar muitos períodos e autores que não dominam. E é pior quando não gostam! Resumindo: Na reta final, se você for alguém que se dedica para além das demonstrações de erudição patética no bar, começará a perceber que terá de reler quase tudo – novamente! Pelo menos isso aconteceu comigo. Passei dois anos com um olho nos “clássicos” – sem perder de vista que o clássico é sempre uma conveniência – e com outro olho nas questões atuais – nos contemporâneos, por assim dizer. E o aluguel ainda vence dia 5.
......Para esse texto não ficar mais longo do que já é, vou resumir mais alguns problemas. O descaso do estado com a educação, a baixa remuneração, a sociedade de cultura banalizada gerando adolescentes lobotomizados – que você raramente consegue reverter suas energias em pensamentos... –, a guerra de cargos nas escolas... Tá bom para você ou quer mais? Seguimos. Se você quiser retornar para a universidade, espero que tenha um bom padrinho! – Só isso. Já vi muito ‘sofista’ desfilando por aí com doutorado. Gente que ainda acha que teoria das ideias não é uma ilustração que Platão ironizou para tirar um sarro da cara de uns sofistas. Gente que pensa que Nietzsche era nazista! (risos). Já vi cada coisa nesse campo meus amigos... Já vi até historiador escrevendo artigo sobre Paulo Freire e relacionando com “Assim falou Zaratustra” – e se dizia filósofo à praga! E já que para ser filósofo hoje em dia basta dizer que é (assim como para ser artista basta expor nos sesc’s por aí...), tenho me espantado quando pergunto para o dono do bar aqui da esquina se ele é filósofo e ele me responde “pela milésima vez, NÃO!”. r.A.:_... mas e sua mulher? Não sei não... vai ver ela é doutora da USP e lê Kant escondida de você! – aí o desgraçado finge que não me ouve e saí.
......Não sei não, hoje em dia a gente tem que desconfiar de todo mundo. Antes de vir morar aqui em São Paulo, uma tarde cheguei em casa e vi a porta aberta. Era minha mãe. Já que ela sabia onde eu escondia a chave, entrou para me esperar. Aproveitou que não tinha nada para fazer e correu os olhos em algumas anotações que deixei sobre a mesa da sala. Quando entrei e perguntei como ela estava, ela respondeu:_... olha filho... não querendo ser chata, mas acho que mesmo que você chame de “torção” a maneira como Deleuze aplica os conceitos de um filósofo de um contexto para outro contexto... quero dizer, ignorando o percurso que o filósofo trilha até compor seus conceitos mais maduros, ele se equivocou com Nietzsche ao interpretar “O nascimento da tragédia” com o conceito de “Força” que Nietzsche só desenvolve depois da Gaia Ciência. Mesmo que você desenvolva a noção de história da filosofia de Deleuze como uma geografia do pensamento e não como uma historiografia, você ainda vai ter que melhorar isso!
-Pronto. Minha mãe. Nem completou o ensino médio. Filósofa e aniquilando meu projeto para o mestrado! Obs: Isso que vocês não viram ela falando de Diderot.
......Outro dia ainda, entrei no bar e o dono do bar, enquanto recolhia os copos resmungava:_ Hegel. Sua fenomenologia do espírito era simples demais. Disputa de duas consciências-de-si! Que disparate! Não estou certo se uma história que se desenvolve em uma dialética rumo ao absoluto possa ser chamada ainda de dialética. Que fiasco! – Ainda prefiro Schopenhauer. Unff.
(rá rá rá).
 É por isso que eu frequento esse bar!
......O truque para fingir que há alguma coerência em todos os meus escritos, é retomar a primeira frase! Digamos então que você esteja se vendo em maus lençóis por ter escolhido a filosofia em algum momento de sua vida. Digamos que você se vê nesse estado porque não vê resultado, não faz fortuna com isso e nem fica famoso. Isso são problemas a longo prazo. Vamos pensar nos mais imediatos. Digamos que você nota que o número de pessoas com quem você frequentemente conversava, agora, o simples timbre de suas vozes lhe causa um mal estar e você pensa que o problema é com você. Te diria que realmente é com você. Para ser franco, não entendo como pessoas que reclamam dessas coisas ainda não mudaram de curso ou profissão. Quero dizer, vá para o direito, para a arquitetura, faça um concurso para um banco, essas coisas – você sabe. Com essas reclamações, não vai dar pra ti! E isso é só o começo. As coisas vão piorar muito daqui para frente. Eu já trabalhei numa mecânica, numa floricultura e cogitei a hipótese de trabalhar numa funerária – buscava tranquilidade, sabe. Se você descobrir que queria reconhecimento e dinheiro, vai descobrir que realmente não queria filosofia! Em algum momento você pensou – por alguma interpretação equivocada, sei lá – que a filosofia era bacana! Ser filósofo, nesses termos, nesses tempos, é pior que... ser lutador de boxe ilegal – também fiz isso por um tempo, mas tinha um problema no nariz (ele doía quando batiam nele). 
......Tem tanto Marx e Freud por aí, não revelados ainda, passando fome, escrevendo boas coisas, parindo bons conceitos, etc.; e esses caras, daqui meio século ou mais - se você for apenas um idiota que pensa ser um gênio porque já leu todos os filósofos e entendeu Kant-, quero dizer, esses caras, vão ajudar outros caras a rirem das besteiras que você pensou durante uma vida toda. Isso se você chegar até lá! Se você for bom o suficiente para ser um mediano! Deixe-me te encorajar ainda mais: Nada disso é a curto prazo. Nada disso é próximo a quando você terminar de pagar a última prestação do seu carro (em 40 x sem juros). Embora os escritores nunca admitirão isso – muito menos os artistas -, ser filósofo é pior que ser escritor! Porque todo escritor de merda, que vomita besteiras bem torneadas, onde a merda e o vazio se oculta por trás de um estilo (geralmente cópia de algum outro escritor), vai rir dos filósofos. Faz parte de ser um escritor: Falar merda, escrever nada e rir da filosofia (eu sei muito bem disso, ataco de escritor às vezes e com outros escritores medíocres como eu, falo merda, escrevo nada e dou risada da filosofia – com conhecimento de causa)! E as ciências humanas então... bebem descaradamente da fonte da filosofia sem nunca admitir! O que é sociologia, psicologia, história, boiologia, se não métodos lapidados, polidos, até reluzir? Eles nunca aprendem um conceito, mas se acham aptos para julgar precisamente as ingenuidades dos filósofos – que enfim, eram apenas humanos, mais humanos do que as ciências humanas! Prefiro Descartes a qualquer psicanálise! – Não porque “funciona”, mas porque estava menos preocupado com o funcionamento do seu bilau.
......Vamos as coisas boas então, finalmente! A coisa boa é que eu entendo e posso responder cada frase desse texto. (Os gregos antigos, quando não tinham nada mais importante para fazer, chamavam isso de “logos”). E cá do meu canto, não tenho padecido de 99% das coisas que vejo as pessoas padecerem todos os dias. Tudo que tenho vivenciado em termos de filosofia se resolve imediatamente. Não vivo corroído por questões (ouviu essa Cioran?). Me sinto bem a vontade com paradoxos, com o caos (Nem acho o Caos grande coisa, me dá até sono!), com a morte de Deus, e para ser franco, é coerente e racional demais para mim o capitalismo. Estou dizendo como a coisa é, não estou reclamando de como as coisas são. Podia ser diferente? Podia. Isso tem a ver comigo e com você? Tem! Dá para manter a morte afastada? Não. O quê mais você quer perguntar? Se sua mulher (homem) vai lhe trair um dia? Depende. Se der na telha dela (e), ela (e) vai! Se vai adiantar matá-la? A longo prazo, não. A curto prazo, também não. Vão rir da sua cara do mesmo jeito. Mas fique tranquilo, algum clube vai te aceitar! – não sei que diabo deu na cabeça das pessoas de pensar que filosofia é formular questões ou responder questões!
......As coisas boas? Ah, já tá longo demais esse texto. Leia aí. Tire algumas coisas boas. Não é possível que eu só tenha escrito coisas ruins – o pior é que é bem possível. Pior é encontrar uma metodologia para interpretar a memória de uma sociedade (risos) e acreditar nisso! Pior é acreditar no jornal! Mas se apesar de tudo você ainda vai querer continuar, conte-me o que foi que encontrou lá. Lá, onde poucos foram. Lá onde não basta dizer que se é. Lá, onde as palavras não bastaram, mas foi o que restou. Apesar de tudo, temos a música.


r.A.

“A vida sem música seria um erro”
_Nietzsche, possivelmente sóbrio.

“A vida sem música ou com música continuaria sendo uma sucessão de erros, mas errar com música é melhor”.
_Rodrigo. Copo de vodca do lado direito.