terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Da imprudência em cidades pequenas...


.....Você pode não acreditar, mas as vezes retirar-se é optar por um caminho entre a vitória e o fracasso. Nunca foi preciso ou necessário fazer parte deste jogo. Tomar partido, muitas vezes, é para aqueles cuja graça da certeza foi alcançada. Todavia já nem me pergunto mais o que farão com suas verdades... Passeio vagarosamente por bosques indiferentes e finalmente um sorriso me encontra.
.....Há tanta gente querendo ser tanta coisa que se esquece da dedicação necessária para ser uma coisa só... que seja... de uma vez por todas... definitivamente não me importo mais! Provável que alguém encontre Deus, cabisbaixo por uma ruazinha de nada, e ele decidirá qualquer coisa por esse alguém. Quanto a mim, tenho em estoque caixas de liberdade. Melhor assim – prefiro acreditar... mas não tenho instrução em crenças.
.....Quando o silêncio absoluto se revelou inalcançável, foi com pesar que a humanidade lamentou a notícia. Preparou-se cânticos de nada e harmonias do vazio para velar o fim da ideia redentora. Veja que só damos significado às saídas quando sofremos na entrada; é que respiramos esperança e utopia - da realidade nascemos apartados e atravessamos no último suspiro a linha divisória. A consciência resiste porque possuí a estranha habilidade de submergir e mesclar-se no coletivo. Feito isso, retorna para respirar aliviada – nosso alimento é a anedota cotidiana, a ficção nunca encarada no fundo dos olhos brilhantes!
.....Você pode não acreditar – assim como eu não acredito -, mas com frenquente exercício e constante repetição passará a aceitar sem refletir que é preciso a todo momento decidir sobre tudo... sobre você e sobre mim. Mesmo assim, quanto a isso, me retiro. Pois quando uma sociedade inteira entra em consenso – e o modismo da crítica pela crítica (vazia) é requinte de intelectuais -, descubro que despertar inimizade de idiotas é imprudência.

r.A.